Zika: "O vírus foi detectado ano passado na região das Américas, onde se propaga de maneira explosiva" (Mariana Bazo / Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2016 às 13h19.
A Organização Mundial da Saúde afirmou nesta quinta-feira que teme que sejam de três a quatro milhões o número de casos do vírus Zika nas Américas.
O temor da OMS se deve à rápida propagação da doença, segundo Marcos Espinal, chefe de doenças transmissíveis e saúde sanitária do escritório regional da organização nas Américas.
"O vírus foi detectado ano passado na região das Américas, onde se propaga de maneira explosiva", afirmou Margaret Chan durante uma reunião de informações para os Estados-membros da OMS em Genebra.
"Atualmente, casos foram notificados em 23 países e territórios na região. O nível de alerta é extremamente alto", acrescentou.
Frente a gravidade da situação, Chan decidiu convocar um comitê de emergência em 1º de fevereiro.
Os especialistas vão decidir se a epidemia constitui "uma urgência de saúde pública de nível internacional", informou a OMS em um comunicado.
A organização está particularmente preocupada com "uma potencial disseminação internacional".
A OMS também teme uma "associação provável da infecção com má formação congênita e síndromes neurológicas", mas também "pela falta de imunidade entre a população nas regiões infectadas" e a "falta de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápidos".
Segundo Chan, "a situação decorrente do El Nino (fenômeno climático particularmente poderoso desde 2015) deve fazer aumentar o número de mosquitos este ano".
Como a dengue e o chikungunya, Zika, cujo nome vem de uma floresta de Uganda onde foi identificado pela primeira vez em 1947, é transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus (mosquito tigre).
Na América Latina, o país mais afetado pelo Zika é o Brasil.
Apesar de a ligação causal direta entre o vírus e complicações - como microcefalia - ainda não ter sido estabelecida, a Colômbia, El Salvador, Equador, Brasil e Jamaica recomendam que as mulheres não engravidem neste momento.