OMS: Regulamento Sanitário Internacional determinou que comitê de emergência se reúna pelo menos uma vez a cada três meses (Denis Balibouse/Reuters)
AFP
Publicado em 29 de abril de 2020 às 16h15.
O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que reunirá na quinta-feira (30) especialistas do comitê de emergência para analisar a evolução da pandemia de coronavírus, três meses após a declaração de emergência internacional de saúde.
Diante das críticas que se multiplicaram contra a ação das autoridades de saúde mundiais, o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, detalhou mais uma vez em coletiva de imprensa todas as medidas adotadas desde janeiro pela organização, e anunciou que convocará "novamente o comitê de emergência" na quinta-feira.
Em 30 de janeiro, a OMS decretou que a situação correspondia a uma "emergência de saúde de alcance internacional", o nível mais alto de alerta e, neste caso, o Regulamento Sanitário Internacional determinou que o comitê de emergência se reúna pelo menos uma vez a cada três meses.
Desde então, é a primeira vez que Tedros Adhanom Ghebreyesus convoca novamente o comitê. Naquele momento, havia no mundo, fora da China, 82 casos de COVID-19 e nenhuma morte, de acordo com a OMS.
O novo coronavírus, detectado em dezembro na China, se espalhou por todo o planeta, causando mais de 217.000 mortes, segundo uma contagem da AFP com base em fontes oficiais. "Durante esses três meses, a OMS trabalhou dia após dia para dar o alarme, apoiar os países e salvar vidas", afirmou o responsável da instituição em telecoletiva em Genebra.
Embora um grande número de países ou líderes tenham expressado seu apoio à OMS, alguns questionam seu desempenho. Estados Unidos, por exemplo, suspendeu sua contribuição financeira.
Tedros Adhanom Ghebreyesus reiterou nesta quarta-feira que a organização havia se comprometido a ser "transparente" e insistiu em seu apelo para a "unidade a nível nacional e a solidariedade a nível mundial".
"Mais do que nunca, a raça humana precisa se unir para vencer este vírus", enfatizou. "Eu já disse: esse vírus pode causar estragos. Mais do que qualquer outro ataque terrorista. Pode causar transtornos políticos, econômicos e sociais", alertou.