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OMS pede que governos subam imposto sobre bebidas açucaradas

A OMS afirma que esta medida poderá reduzir o consumo desses produtos e, por conseguinte, salvar vidas


	Refrigerantes: em escala mundial, o número de casos de obesidade duplicou desde 1980
 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Refrigerantes: em escala mundial, o número de casos de obesidade duplicou desde 1980 (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2016 às 11h49.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta terça-feira aos governos que aumentem o imposto sobre as bebidas açucaradas para combater o problema da obesidade no mundo, onde um adulto em cada três está com excesso de peso.

A OMS afirma que esta medida poderá reduzir o consumo desses produtos e, por conseguinte, salvar vidas.

Em um novo relatório, a agência da ONU afirma que existem provas contundentes de que novos impostos cobrados sobre as bebidas açucaradas, como refrigerantes, "reduziria proporcionalmente seu consumo".

Um aumento de 20% dos preços desse tipo de bebida teria uma redução do consumo da ordem de 20% e um aumento de 50% reduziria o consumo pela metade, segundo a OMS.

"Se os governos impuserem impostos a produtos como as bebidas açucaradas, poderão reduzir os sofrimentos e salvar vidas", declarou Douglas Bettcher, que dirige o departamento de prevenção da OMS para doenças transmissíveis.

Em escala mundial, o número de casos de obesidade duplicou desde 1980. Em 2014, mais de 1,9 bilhão de adultos - pessoas de 18 anos ou mais - estavam com excesso de peso, e deles mais de 600 milhões eram obesos.

Em 2015, 42 milhões de crianças com menos de 5 anos tinham excesso de peso ou eram obesos.

Ao mesmo tempo, o número de adultos que sofrem de diabetes passou, em 35 anos, de 108 milhões em 1980 a 422 milhões em 2014, segundo um primeiro relatório global da OMS publicado em abril.

Em 2012, a diabetes matou 1,5 milhão de pessoas no mundo, ao que é preciso acrescentar 2,2 milhões de mortes devido a doenças vinculadas à diabetes, totalizando 3,7 milhões de mortes.

O novo estudo é o resultado de uma reunião no ano passado entre especialistas fiscais a quem a OMS pediu que estudassem como as políticas fiscais podem diminuir a taxa de diabetes.

No México, que impôs em 2014 uma tributação aos refrigerantes que provocou uma alta de preço de 10%, o consumo caiu 6%.

"As políticas fiscais deveriam visar aos alimentos e às bebidas para os quais existam alternativas", afirma o texto.

A OMS avalia há muito tempo que o açúcar deveria constituir menos de 10% do consumo energético diário de uma pessoa, e pede agora aos países que reduzam essa taxa a 5%.

Isso representa 25 gramas, ou o equivalente a seis colheres de café de açúcar, por dia.

Uma lata de refrigerante representa 10 colheres de café de açúcar.

O novo relatório também afirma que as subvenções às frutas e verduras para reduzir seu preço entre 10 e 30% também seriam eficazes para melhorar os hábitos alimentares.

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