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OMS alerta países sobre Ômicron: 'preparem-se para aumento de casos'

A nova cepa já foi identificada em mais de 30 países e pelo quatro deles, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, já enfrentam transmissões comunitárias

OMS monitora aumento de casos de Covid pela variante Ômicron no mundo (FABRICE COFFRINI/Getty Images)

OMS monitora aumento de casos de Covid pela variante Ômicron no mundo (FABRICE COFFRINI/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de dezembro de 2021 às 11h02.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que todos os países do mundo devem se preparar para um aumento de casos de covid causados pela variante Ômicron, detectada pela primeira vez na África do Sul. A nova cepa já foi identificada em mais de 30 países e pelo quatro deles -- Espanha, Estados Unidos, Reino Unido e Austrália -- já enfrentam transmissões comunitárias.

A Espanha identificou seu primeiro caso de transmissão comunitária em um paciente de 62 anos de Madri, vacinado e sem histórico de viagem recente ou contato com viajantes. Os EUA encontraram um paciente contaminado com a Ômicron no estado de Minnesota.

Governos de Escócia, sob jurisdição britânica, e Austrália também informaram que já há transmissão comunitária em seus territórios. "Suspeito que, nos próximos meses, a Ômicron será o novo vírus no mundo", disse Paul Kelly, consultor médico do governo australiano.

As restrições às viagens se aceleraram na quinta-feira, dia 2, com Hong Kong, Holanda, Noruega e Rússia, entre outros países, anunciando novas medidas para evitar que a variante cruze suas fronteiras. Os casos de covid quase triplicaram nos últimos três dias na África do Sul, segundo dados do Ministério da Saúde local, divulgados na quinta, quando foram registrados 11.535 novos casos, ante 8.561, na quarta-feira, 1º, e 4.373, na terça-feira, 30.

A taxa de positividade para a doença também cresceu. Na quinta-feira, 22,4% das pessoas testadas tiveram resultado positivo. Na quarta-feira, a taxa estava em 16,5%, muito maior que o 1% registrado no início de novembro, segundo o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD, na sigla em inglês), da África do Sul.

Ainda não é possível saber se a variante Ômicron é a responsável pelo rápido aumento das infecções, pois não há dados concretos. Mas informações do NICD mostraram que a nova variante está presente em 74% das amostras de genomas sequenciados em novembro. Até o fim de outubro, a variante Delta era a dominante em todas as províncias sul-africanas.

Durante a disseminação da Delta, a África do Sul chegou a ter um pico de mais de 26 mil casos diários em julho. O temor dos cientistas é a de que a Ômicron provoque uma nova onda recorde, já que os dados de internação também dão sinais de aumento nos últimos dias.

Autoridades da Província de Gauteng disseram que estão se preparando para o pior. "Não estamos entrando em pânico, mas estamos profundamente preocupados", afirmou o governador de Gauteng, David Makhura.

Baixa cobertura

A maior preocupação das autoridades é com a baixa cobertura vacinal do país, que está atualmente em 36%, de acordo com o Departamento de Saúde. O temor é o de que mais variantes surjam em um cenário de baixa vacinação e alta transmissão do vírus.

A hesitação frente à vacina é a maior responsável pela baixa adesão da população. O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, informou no começo desta semana que seu governo está discutindo a possibilidade de tornar a vacinação obrigatória.

O OMS já alertou que pode demorar semanas para que se consiga informações concretas sobre a transmissibilidade da nova cepa e se ela seria capaz de vencer a barreira da imunidade adquirida por vacinas. A grande preocupação é com o alto número de mutações da variante, muito superior ao das cepas anteriores.

Apesar de os cientistas da África do Sul terem sido os primeiros a identificar a variante Ômicron, ela pode não ter necessariamente se originado no país. Ainda assim, diversos governos, em especial da Europa, anunciaram restrições para voos e viajantes de países do sul da África, provocando críticas da OMS e protestos de governos da região. 

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