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Olímpíadas 2024: Paris terá sete policiais para cada atleta

Jogos Olímpicos em Paris mobilizam 77 mil policiais, soldados e seguranças para proteger 10.500 atletas e milhões de visitantes

Jogos Olímpicos de Paris terão mais de 77 mil seguranças, entre policiais, exército e segurnaça particular. (Alex Robertson www.alexrphotography.com/Getty Images)

Jogos Olímpicos de Paris terão mais de 77 mil seguranças, entre policiais, exército e segurnaça particular. (Alex Robertson www.alexrphotography.com/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 24 de julho de 2024 às 11h16.

A França está transformando sua capital em uma fortaleza ao ar livre, implementando a maior operação de segurança em tempos de paz na história do país para proteger atletas, residentes e mais de 10 milhões de visitantes durante os Jogos Olímpicos. As informações são do Wall Street Journal.

Autoridades francesas estimam que cerca de 45 mil policiais, 10 mil soldados e 22 mil seguranças privados estarão de prontidão nos Jogos Olímpicos de Paris, que começam na quarta-feira e se espalham pelo coração da cidade – nas ruas, pontos turísticos e nas águas do rio Sena.

Localizações icônicas

Os preparativos para os Jogos incluem a Praça da Concórdia, a maior praça pública da cidade, que está equipada para receber corridas de BMX, skate e breakdance, uma adição francesa aos Jogos. Quadras de vôlei de praia estão sendo montadas em frente à Torre Eiffel. Arqueiros competirão na esplanada gramada do Invalides, um complexo militar do século XVII que abriga o túmulo de Napoleão.

O plano da França de realizar os Jogos em locais espalhados pela cidade tem como objetivo demonstrar que democracias ocidentais, apesar de suas turbulências, podem sediar um evento monumental acessível ao público. O desafio de segurança é tão imenso quanto a escala do evento quadrienal que deve atrair cerca de 10.500 atletas de mais de 190 nações, além de aproximadamente 100 líderes mundiais.

Cooperação internacional

As autoridades estão se preparando para possíveis ataques de militantes islâmicos, bem como sabotagem patrocinada por estados como Rússia ou Irã. As guerras na Ucrânia e em Gaza amplificaram essas ameaças, segundo autoridades ocidentais e especialistas em segurança.

A França está mobilizando quase três vezes mais pessoal de segurança do que o número empregado nas Olimpíadas de Londres, a última realizada na Europa. Departamentos de polícia americanos, incluindo Nova York, Los Angeles e Fairfax County, estão pela primeira vez colaborando com um anfitrião de Olimpíadas no exterior, segundo autoridades do serviço diplomático de segurança dos EUA que coordenaram os arranjos com a França. Os EUA também estão enviando cães farejadores de bombas a pedido da França.

Abertura e segurança inédita

O maior desafio de segurança será proteger a cerimônia de abertura na sexta-feira (26), prevista para ser a mais assistida da história moderna dos Jogos Olímpicos. Um desfile de barcos de 6,4 km no Sena transportará os atletas olímpicos, que tradicionalmente marchavam por estádios mais facilmente protegidos. As autoridades estimam que a cerimônia atrairá 300 mil espectadores.

As margens do Sena foram fechadas ao público uma semana antes da cerimônia. Durante o evento, policiais estarão posicionados a cada 1,8 metros ao longo do rio, disse Loïc Walder, porta-voz de um dos maiores sindicatos de polícia da França. As autoridades estão removendo acampamentos de sem-teto das margens do rio e relocando essas pessoas para abrigos temporários.

O exército francês fechará o espaço aéreo circundante durante a cerimônia de abertura e implantará esquadrões antidrones durante os Jogos. O governo também está implementando uma rede massiva para proteger os Jogos de potenciais terroristas e sabotadores. Mais de um milhão de verificações de antecedentes estão sendo realizadas em pessoas que vivem e trabalham em áreas restritas relacionadas aos Jogos.

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 coincidem com uma das maiores crises políticas da França em décadas. Eleições antecipadas convocadas pelo presidente Emmanuel Macron deixaram o país com um parlamento fragmentado. Seu governo renunciou em 16 de julho, permanecendo apenas como interino até que um novo seja formado.

Apesar dos desafios de segurança, as autoridades veem a realização dos Jogos como uma oportunidade para a França se recuperar. Desde maio de 2017, quando Macron assumiu o cargo, o país se comprometeu a transformar os Jogos Olímpicos em um catalisador para o desenvolvimento das áreas periféricas mais carentes de Paris, como Seine-Saint-Denis, onde a Vila Olímpica e o centro de mídia serão construídos.

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