Mundo

Okinawa tenta bloquear construção de base militar dos EUA

Decisão foi anunciada hoje pelo novo governador de Okinawa, o conservador Takeshi Onaga, que chegou ao poder em novembro


	Base americana em Ginowan, na ilha de Okinawa: novo governador chegou ao poder em novembro após uma campanha focada na rejeição à presença americana nesta ilha
 (Toshifumi Kitamura/AFP)

Base americana em Ginowan, na ilha de Okinawa: novo governador chegou ao poder em novembro após uma campanha focada na rejeição à presença americana nesta ilha (Toshifumi Kitamura/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de março de 2015 às 09h16.

Tóquio - O governo da prefeitura japonesa de Okinawa ordenou nesta segunda-feira a suspensão das obras de realocação de uma polêmica base militar dos Estados Unidos nesta região, um desafio ao Executivo central, que dirigia estes trabalhos.

A decisão foi anunciada hoje pelo novo governador de Okinawa, o conservador Takeshi Onaga, que chegou ao poder em novembro após uma campanha focada na rejeição à presença americana nesta ilha.

A medida foi criticada pelo Executivo japonês, que assinou com Washington um acordo para transferir a base dentro da ilha principal de Okinawa em 1996, embora desde então o projeto se encontre embarreirado pela forte oposição dos políticos e da população local.

Em entrevista coletiva realizada hoje, o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, qualificou esta suspensão de 'decepcionante', e afirmou que a intenção de Tóquio é 'continuar os trabalhos de construção sem nenhum atraso'.

A prefeitura de Okinawa ordenou a suspensão das perfurações submarinas realizadas pelo Ministério japonês de Defesa no litoral para preparar o terreno onde será construída a nova base dos EUA, com o argumento de que essas obras danificaram os recifes de coral da região.

O governador afirmou que os trabalhos violam as normativas locais sobre meio ambiente e pesca, e ameaçou retirar a permissão de obras aos técnicos 'se não pararem suas atividades imediatamente '.

Estes trabalhos são a primeira fase para a realocação da base militar americana de Futenma até uma paisagem mais recôndita na cidade de Nago, ao norte da ilha.

A controvertida base de 480 hectares fica no mesmo centro urbano da cidade de Ginowan, de 94 mil habitantes, rodeada de casas e edifícios públicos, o que durante anos gerou protestos de seus cidadãos por causa do barulho e da possibilidade de acidentes.

Enquanto Tóquio defende a mudança como via para garantir a permanência da base em Okinawa e reduzir seu impacto sobre a população, o governo local se opõe frontalmente a construção das novas instalações com a intenção de acabar com a presença americana na região em médio prazo.

Okinawa abriga mais da metade dos 48 mil soldados que os Estados Unidos mantêm no Japão, e 20% do solo da ilha principal do arquipélago é terreno militar americano. EFE

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)ExércitoJapãoPaíses ricos

Mais de Mundo

Tarifas de Trump abrem espaço para mais negócios com o Brasil, diz diplomata do Canadá

Inglaterra quer proibir venda de facas com ponta para frear assassinatos

"Nós os responsabilizaremos", diz Netanyahu sobre Hamas após entrega de corpos de reféns

Indústria de alimentos tem faturamento recorde, vê decisões de Trump com cautela