Trabalhadores estão lutando para estabilizar e desativar os reatores da usina que estão vazando desde o terremoto de março (Divulgação/Tepco)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2011 às 13h09.
Tóquio - Ao menos oito dos trabalhadores que estão tentando controlar a situação na usina nuclear danificada do Japão foram expostos a mais radiação do que o nível permitido sob os novos padrões de segurança, disseram autoridades do governo nesta segunda-feira.
Três dos seis reatores em Fukushima, no nordeste do país, sofreram derretimento de suas barras de combustível depois do terremoto e tsunami de 11 de março, que interromperam o fornecimento de energia à usina. Dezenas de milhares de pessoas foram retiradas da região próxima.
A operadora da usina Fukushima Daiichi, a Tokyo Electric Power, também conhecida como Tepco, havia informado anteriormente que dois trabalhadores foram expostos a uma radiação superior ao nível permitido.
A exposição dos outros seis trabalhadores foi descoberta depois que quase 2.400 trabalhadores foram submetidos a exames, disseram autoridades.
Trabalhadores estão lutando para estabilizar e desativar os reatores da usina que estão vazando desde que o massivo terremoto e tsunami de 11 de março que desencadearam o pior acidente nuclear desde Chernobyl, em 1986.
Preocupações com a segurança dos trabalhadores vêm crescendo enquanto a luta para conter a crise se arrasta, e a própria Tepco reconhece que será difícil atingir a meta de estabilizar os reatores até janeiro.
Muitos especialistas em radiação acreditam que o risco de câncer e outras doenças aumentam com o grau de exposição.
"Esse desdobramento é extremamente lamentável", disse Hide Nishimaya, porta-voz da agência reguladora de energia nuclear do Japão.
Segundo Nishimaya, a Agência de Segurança Nuclear e Industrial deu ordens à Tepco para que investigue a causa da exposição e tome as medidas para impedir que o desastre seja repetido.
Autoridades japonesas, desde o primeiro-ministro Naoto Kan às autoridades abaixo dele, tem sido amplamente criticados pela postura diante do desastre nuclear, que fez o Japão repensar completamente o futuro da energia nuclear no país vulnerável a terremotos.
O tsunami que invadiu a usina após o terremoto de magnitude 9 foi estimado em cerca de 14 metros, mais de duas vezes a altura do muro de proteção de Fukushima.
Só o terremoto e tsunami mataram cerca de 24 mil pessoas.