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Oito países impedem veto para acabar com testes nucleares

Paquistão e Índia, que realizaram seu último teste nuclear em 1998, e a Coreia do Norte, que já fez três desde 2006, não fazem parte do tratado

A Rússia reforçou os controles de radioatividade logo depois do acidente na usina japonesa de Fukushima (Odd Andersen/AFP)

A Rússia reforçou os controles de radioatividade logo depois do acidente na usina japonesa de Fukushima (Odd Andersen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2013 às 17h08.

Viena - Com o teste nuclear realizado nesta madrugada pela Coreia do Norte, a Terra já sofreu 2.055 explosões atômicas nos últimos 68 anos, experimentos cujo veto definitivo depende da decisão de apenas oito países.

O Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT, por sua sigla em inglês) foi aprovado em 1996 pela Assembleia Geral das Nações Unidas com um mecanismo para poder entrar em vigor: ser ratificado por todos os 44 estados que naquele momento dispunham de armas ou reatores nucleares.

Desde então, 183 países assinaram o documento e um total de 159 o ratificaram. Dos países que têm tecnologia nuclear, 36 já ratificaram o mecanismo, incluído França, Reino Unido e Rússia.

No entanto, Estados Unidos, China, Egito, Irã e Israel assinaram mas não ratificaram o documento.

Paquistão e Índia, que realizaram seu último teste nuclear em 1998, e a Coreia do Norte, que já fez três desde 2006, nem sequer fazem parte do tratado.

O documento é vinculativo pois 'os países queriam ter garantias de que todo o mundo' teria que cumprir a lei, segundo explicou à Agência Efe Annika Thunborg, porta-voz da Organização do CTBT, organismo que promove a assinatura do tratado e seu cumprimento.

Apesar da aplicação do documento continuar em suspenso, o organismo da ONU destaca a importância de sua existência.

'Temos um tratado que funciona, uma norma que não foi violada por mais que um país na última década (Coreia do Norte). Temos um sistema que funciona e que assegura que nenhuma explosão nuclear fique sem ser detectada', defendeu Annika.

A porta-voz reconheceu, no entanto, que ainda falta 'dar o passo final para que o tratado entre em vigor e que seja vinculativo para todos os países'.


A porta-voz explicou que o processo de ratificação depende de múltiplos fatores, tanto de política interna, como de equilíbrio de forças em nível regional.

Anikka destacou que o presidente americano, Barack Obama, manifestou intenção de ratificar o tratado, vontade que se chocou com o Senado, que precisa autorizar o ato. Por sua parte, a China deixou claro que não aderirá plenamente ao tratado até os Estados Unidos o ratificar.

Já Israel condicionou sua ratificação a de outros estados do Oriente Médio, uma postura parecida com a do Egito, que pede universalidade tanto para o CTBT como para o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

Anikka Thunborg explicou que muitos acreditam que uma ratificação por parte de Washington empurraria outros países a fazer o mesmo. Apesar disso, a porta-voz acredita que nenhum país deve se esconder por detrás dos EUA e que qualquer nação pode dar unilateralmente um passo adiante.

Após o novo teste nuclear conduzido pela Coreia do Norte, o secretário-geral da CTBTO, Tibor Toth, insistiu hoje na necessidade de concluir o tratado.

'É preciso parar os testes nucleares de uma vez por todas. Há um amplo apoio entre a comunidade internacional para a pronta entrada em vigor do CTBT, que estabeleceria um veto legal contra todo tipo de explosões nucleares para sempre', reivindicou o diplomata húngaro.

Objetivo complicado diante da atitude do regime de Pyongyang, que não só apenas segue realizando testes atômicos, mas nem sequer faz parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que abandonou em 2003.

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