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Oficial compara Trump na Europa com “turista bêbado”

Em uma viagem permeada por polêmicas e piadas nas redes sociais, diplomacia de Donald Trump é criticada

Presidente americano, Donald Trump, se reúne com aliados na Otan (Kevin Coombs/Reuters)

Presidente americano, Donald Trump, se reúne com aliados na Otan (Kevin Coombs/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 29 de maio de 2017 às 12h01.

Última atualização em 29 de maio de 2017 às 15h27.

São Paulo – “Quando o tema é diplomacia, Trump é como um turista bêbado”. Foi assim que um oficial do Departamento de Estado dos Estados Unidos descreveu o comportamento do presidente americano na Europa, onde ele participou de reuniões no âmbito da Otan, aliança militar de países aliados, e com líderes do G7, grupo que reúne as maiores economias do mundo.

A declaração foi dada pelo oficial, que não foi identificado, ao site americano The Daily Beast. “Barulhento e cafona, empurrando os outros para chegar à pista de dança. Ele pisa nos outros sem perceber. É ineficaz”, continuou a fonte, em alusão ao episódio na Otan no qual Trump deu um empurrão no primeiro-ministro de Montenegro para chegar à frente do grupo.

https://twitter.com/SteveKopack/status/867758571882258432

O tour feito por Trump no Oriente Médio e Europa foi permeado por polêmicas que renderam críticas à sua atuação, especialmente nos esforços diplomáticos, por parte da imprensa e de líderes internacionais e piadas nas redes sociais.

Na Arábia Saudita, por exemplo, o republicano tocou um globo brilhante junto ao presidente do Egito Abdel Fatah el-Sisi e o rei saudita Salman, enquanto em Israel teve sua mão recusada pela esposa Melania, que repetiu o gesto em outra ocasião, já na Itália.

Ainda na Europa, uma foto esquisita da família Trump com o papa Francisco rendeu memes internet afora, mas foi a participação de Trump nos eventos da cúpula da Otan e G7 o alvo de críticas duras, que foram além do momento com o premiê de Montenegro.

Trump dividiu um longo e vigoroso aperto de mão com o presidente francês, Emmanuel Macron, que foi inicialmente minimizado pelo político francês, mas depois descrito por ele como “nada inocente”.

O presidente dos EUA voltou a acusar países aliados de não estarem gastando o suficiente com defesa, justo em um evento de memória às vítimas do ataque de 11 de Setembro, e não se comprometeu publicamente com o Artigo 5º do tratado de fundação da Otan, que prega que um ataque a um membro é um ataque a todos.

Entre os líderes globais, o clima durante os encontros era de cautela, com a maioria deles se manifestando de forma cuidadosa e minimizando o tom dos atos e declarações de Trump.

No entanto, assim que o encontro acabou, a líder alemã Angela Merkel falou publicamente que a Europa terá de cuidar do próprio destino, acrescentando que o bloco não poderá se apoiar mais nos Estados Unidos e no Reino Unido pós-Brexit.

“O tempo em que podíamos depender completamente dos outros acabou. Vivi isso nos últimos dias”, disse a primeira-ministra.

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