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Ofensiva do regime sírio em Qusayr entra na terceira semana

Esta ofensiva militar do regime ocorre no momento em que a coalizão da oposição sofreu um duro golpe, com a saída de um de seus membros


	Rebeldes sírios na cidade de Qusayr: Os últimos confrontos, que duraram uma semana e terminaram no dia 26 de maio, deixaram 31 mortos e 212 feridos.
 (AFP)

Rebeldes sírios na cidade de Qusayr: Os últimos confrontos, que duraram uma semana e terminaram no dia 26 de maio, deixaram 31 mortos e 212 feridos. (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 16h11.

Damasco - O Exército sírio atacava nesta segunda-feira os rebeldes em várias frentes, entre elas em Qusayr, onde a ofensiva das tropas leais a Damasco apoiadas pelo Hezbollah libanês para tomar esta cidade estratégica entrava na terceira semana.

Esta ofensiva militar do regime ocorre no momento em que a coalizão da oposição sofreu um duro golpe, com a saída de um de seus membros, que acusou alguns líderes da entidade de estarem motivados por ambições pessoais e de utilizarem o dinheiro em proveito próprio.

A guerra na Síria tem repercussões no vizinho Líbano. Três homens e uma mulher morreram em menos de 24 horas em Trípoli, importante cidade do norte do país, na retomada dos confrontos entre sunitas e alauitas.

O Exército sírio, às vezes apoiado pelo Hezbollah, realiza uma ofensiva em três setores. A aviação bombardeia Qousseir, onde os rebeldes estão entrincheirados no norte desta cidade que se tornou emblemática tanto para o regime quanto para os rebeldes, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

No fim de semana, a Rússia bloqueou um projeto de declaração do Conselho de Segurança da ONU proposto pela Grã-Bretanha que expressava a "grave inquietação" do Conselho com os civis bloqueados em Qousseir e que pedia que o "governo sírio autorize um acesso imediato, total e sem travas" das organizações humanitárias para que possam socorrê-los.

A coalizão condenou em um comunicado a posição russa e denunciou seu "alinhamento com (Bashar al) Assad". Ela acusa esse país de ter se tornado um "sócio no assassinato de civis inocentes".


A ofensiva também prossegue no norte da província de Hama (centro), onde as forças regulares conquistaram 13 povoados, assim como no norte de Aleppo (norte), com o objetivo de quebrar o cerco a duas localidades xiitas, segundo o OSDH.

Esta organização não governamental indicou que ao menos 26 pessoas, entre elas seis mulheres e oito crianças, morreram após a queda de um "míssil terra-terra na região de Kfar Hamra", no noroeste de Aleppo.

A coalizão opositora, que na quinta-feira chegou a um frágil compromisso em Istambul, foi duramente atingida com o anúncio da saída da Comissão Geral da Revolução Síria (CGRS), que era um dos mais importantes membros da rebelião.

"Nós nos retiramos da coalizão (...) já que toma iniciativas afastadas da verdadeira revolução e não pode representar a revolução de maneira autêntica", afirmou em um comunicado a CGRS.

A CGRS, membro da Coalizão desde o início de sua existência, é uma das mais antigas organizações ativas no local dos protestos e na rebelião contra o regime do presidente Bashar al-Assad. É uma rede de militantes presentes em toda a Síria e vinculada aos rebeldes.


"Alguns membros da Coalizão estão mais interessados em aparecer nos meios de comunicação do que em ajudar a revolução e muito dinheiro se perdeu, já que foi utilizado para seus interesses pessoais quando falta tudo para o povo sírio no interior", afirmou o comunicado.

No norte do Líbano, três homens e uma mulher morreram em menos de 24 horas em Trípoli na retomada de confrontos entre sunitas e alauitas, afirmou nesta segunda-feira à AFP uma fonte dos serviços de segurança libaneses.

Os últimos confrontos, que duraram uma semana e terminaram no dia 26 de maio, deixaram 31 mortos e 212 feridos.

Nos combates, onde são utilizadas granadas propulsadas com foguetes (RPG), morteiros e armas automáticas, os moradores do bairro sunita de Bab el-Tabaneh, favoráveis aos rebeldes sírios, enfrentam os do setor alauita de Jabal Mohsen, que apoiam o regime de Bashar al-Assad.

Enquanto isso, o ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon, afirmou nesta segunda-feira que a entrega dos sofisticados sistemas de defesa antiaérea russos S-300 à Síria não irá ocorrer até 2014.

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