OEA: países-membros se comprometeram a insistir no assunto até que a crise na Venezuela seja resolvida (Carlos Jasso/Reuters)
Reuters
Publicado em 22 de junho de 2017 às 09h10.
Cancún - A Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu emitir uma declaração formal condenando o governo da Venezuela pela maneira como está tratando da crise política e econômica no país, apesar de um esforço de última hora do México e dos Estados Unidos na noite de quarta-feira.
Mas países-membros, inclusive o México, se comprometeram a insistir no assunto até que a crise na Venezuela, onde ao menos 75 pessoas morreram em mais de dois meses de protestos, seja resolvida pacificamente.
"A posição do México quanto à Venezuela é uma posição que não irá vacilar, é uma posição que diz que a democracia representativa é a única forma de governo aceitável no hemisfério ocidental", disse o ministro das Relações Exteriores mexicano, Luis Videgaray, a repórteres.
Os opositores do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, o acusam de estar levando o país rumo a uma ditadura ao adiar eleições, prender ativistas da oposição e pressionar por uma reforma da Constituição.
Videgaray e o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, renovaram os clamores para que Caracas estabeleça um cronograma eleitoral, respeite os direitos humanos, liberte prisioneiros políticos, permita a atuação de um judiciário independente e respeite a autonomia da legislatura.
Os chanceleres das 34 nações da OEA não conseguiram acordar uma resolução repreendendo a Venezuela formalmente, mesmo depois de o tema ocupar a maior parte dos três dias de sua Assembleia-Geral em Cancún, no México.
Um esforço de um grupo de nações, liderado por EUA, México e aliados regionais, para incluir uma declaração sobre a Venezuela em uma resolução mais genérica sobre direitos humanos também fracassou.
Durante as sessões da entidade, a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, combateu as tentativas de repreender sua nação, acusando aliados de Washington de serem "lacaios do imperialismo".
Rodríguez deixou o cargo na quarta-feira para disputar uma vaga em uma polêmica Assembleia Constituinte da Venezuela, e foi elogiada por Maduro por ser um "tigre" em sua defesa aguerrida do governo socialista.
Vinte Estados votaram a favor do esboço de resolução criticando Caracas na segunda-feira, abaixo dos 23 votos, ou uma maioria de dois terços, necessários.