Mundo

OEA inicia auditoria do resultado da eleição na Bolívia

A auditoria para apurar o resultado da eleição que reelegeu Evo Morales deve levar, no máximo, 12 dias para ser concluída

Bolívia: oposição alega que apuração dos resultados foi fraudada (Courtesy of Bolivian Presidency/Reuters)

Bolívia: oposição alega que apuração dos resultados foi fraudada (Courtesy of Bolivian Presidency/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 12h46.

Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 12h47.

Uma missão de especialistas da Organização dos Estados Americanos (OEA) começará, hoje (31), uma auditoria do resultado da eleição para presidente da República na Bolívia. A auditoria, realizada por 30 especialistas de diversos países, deve levar, no máximo, 12 dias para ser concluída. A intenção é verificar se houve manipulação de dados e fraude em favor do partido Movimento ao Socialismo (MAS), do atual presidente Evo Morales.

Ontem (30), dez dias após as eleições e nove dias de protestos em todo o país, com dois mortos e cerca de 160 feridos, o governo da Bolívia e a OEA fecharam um acordo para a realização da auditoria da votação realizada no dia 20 de outubro. A oposição, liderada pelo candidato Carlos Mesa, principal opositor de Evo Morales nas eleições, não reconhece a medida, e afirma que os termos foram definidos unilateralmente, sem a presença de representantes da oposição e da sociedade civil.

"A auditoria acordada entre a OEA e o candidato do MAS não consultou o país nem nossas condições, principalmente as de ignorar os resultados dos cálculos feitos pelo TSE (Tribunal Supremo Eleitoral) e a participação necessária de representantes da sociedade civil no processo. Não aceitamos a auditoria nos termos atuais, acordados unilateralmente", diz o comunicado do partido Comunidade Cristã.

O governo boliviano, em comunicado transmitido pelo ministro da Comunicação, Manuel Canelas, pediu ontem (30) a Carlos Mesa, do partido Comunidade Cidadã (CC), para expor as condições necessárias para que acate o processo de auditoria. "Nós pedimos à Comunidade Cidadã, pedimos ao senhor Carlos Mesa, que nos enviem quais são as condições para acompanhar e apoiar o processo de auditoria", disse Canelas.

"Estamos abertos na medida em que queremos encontrar soluções, estamos confiantes de que eles nos enviarão suas condições", acrescentou.

O chanceler boliviano, Diego Pary, disse que a auditoria permitirá sanar qualquer dúvida que possa haver sobre a credibilidade da apuração. "Temos certeza absoluta de que o processo foi desenvolvido com toda a transparência e será a auditoria que finalmente certificará como o processo foi desenvolvido e qual é o resultado deste trabalho".

Entenda

O sistema de contagem rápida de votos do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia antecipou um segundo turno entre Morales e Mesa na noite das eleições, no dia 20 de outubro. No entanto, após a temporária suspensão das apurações, que suscitou suspeitas e reclamações, o TSE anunciou uma mudança de tendência e finalmente declarou a vitória de Morales no primeiro turno com 47,08% dos votos, contra 36,51% de Mesa.

A lei boliviana atribui a vitória no primeiro turno com mais de 50% dos votos ou com 40% e uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre o segundo.

Acompanhe tudo sobre:BolíviaEleiçõesEvo MoralesOEA

Mais de Mundo

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países