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OEA deve suspender Venezuela para apoiar palavras com ações, diz Pompeo

O secretário de Estado americano disse que a suspensão da Venezuela da OEA seria uma mensagem ao presidente Maduro sobre democracia

Os Estados Unidos pressionaram a OEA para conseguir a suspensão da Venezuela (Leah Millis/Reuters)

Os Estados Unidos pressionaram a OEA para conseguir a suspensão da Venezuela (Leah Millis/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de junho de 2018 às 15h30.

Washington - O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu aos países-membros da Organização de Estados Americanos (OEA) para suspender à Venezuela para "apoiar as suas palavras com ações" e enviar uma "mensagem" sobre democracia ao governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"A suspensão não é um objetivo em si mesmo, mas é preciso apoiar as palavras com ações", disse Pompeo, que discursou na Assembleia Geral da OEA, o maior fórum político da organização e que começou nesta segunda-feira.

Pompeo afirmou que a suspensão da Venezuela, que para acontecer precisa ser votada em uma sessão especial da Assembleia Geral, enviaria uma "mensagem" a Maduro e deixaria claro que só podem fazer parte da "família de nações", que é a OEA, aqueles países que cumprem com os requisitos diplomáticos.

"Além da suspensão, peço medidas adicionais contra o regime de Maduro até que haja a pressão necessária para que as pessoas possam ter acesso a ajuda humanitária", ressaltou ele, reiterando os contínuos pedidos dos Estados Unidos para que Maduro permita a entrada de ajuda externa.

Os Estados Unidos pressionaram para conseguir a suspensão da Venezuela, a maior forma de sanção que a organização tem e que só foi aplicada a duas nações: Honduras, em 2009, depois do golpe de Estado que depôs Manuel Zelaya do cargo de presidente; e Cuba, após o triunfo da Revolução de Fidel Castro, em 1959.

Segundo disseram à Agência Efe duas fontes diplomáticas, a suspensão está ganhando força entre os Estados-membros da organização e esse tema entrou na pauta que será apresentado na Assembleia Geral pelo Grupo de Lima, que reúne 14 países da América e conta com o apoio dos Estados Unidos.

Para que a resolução seja aprovada são necessários pelo menos 18 votos, um número que o Grupo de Lima e seus aliados já conseguiram, segundo as duas fontes diplomáticas. Esses 18 votos, no entanto, não são suficientes para retirar à Venezuela da organização e só permitem abrir o processo em uma Assembleia Geral extraordinária. Para suspender à Venezuela nessa reunião extraordinária, são necessários 24 votos, ou seja, dois terços dos 34 países que são membros ativos da OEA (Cuba pertence, mas não participa desde 1962).

A Venezuela já pediu para sair da OEA em abril do ano passado, mas sua retirada só poderá ser efetuada em 2019. Apesar de ter pedido a saída da OEA, a expulsão teria um grande peso simbólico.

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