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Ocidente insiste para que Rússia pare referendo na Crimeia

O referendo que a Crimeia realizará no domingo para unir-se à Rússia representa uma "pressão" a mais para o Ocidente, segundo reconheceu embaixador francês


	Bandeira russa em frente a prédio administrativo na Crimeia: embaixador francês responsabilizou totalmente Moscou pela organização do referendo
 (Stringer/Reuters)

Bandeira russa em frente a prédio administrativo na Crimeia: embaixador francês responsabilizou totalmente Moscou pela organização do referendo (Stringer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 19h32.

Nações Unidas - As potências ocidentais do Conselho de Segurança da ONU insistiram nesta segunda-feira para que a Rússia interrompa o referendo convocado na Crimeia para o próximo domingo e aceite uma negociação para resolver a atual crise.

O embaixador francês, Gérard Araud, explicou que essa foi a mensagem transmitida na reunião sobre a Ucrânia que o Conselho realizou hoje a portas fechadas e na qual, assegurou, Moscou foi advertida que uma anexação da Crimeia "seria algo muito sério e teria muitas consequências nas relações internacionais".

Seu colega britânico, Mark Lyall Grant, destacou, por sua vez, que a Rússia não suavizou sua postura em absoluto, mas assegurou que sua posição é de um isolamento cada vez maior nas Nações Unidas.

O representante do Reino Unido assinalou que a China - que até agora optou por manter-se à margem da crise ucraniana - defendeu no encontro de hoje a importância da unidade e da integridade territorial da Ucrânia.

O referendo que a Crimeia realizará no domingo para unir-se à Rússia representa uma "pressão" a mais para o Ocidente, segundo reconheceu Araud em declarações aos jornalistas, nas quais responsabilizou totalmente Moscou pela organização da consulta.

Tanto o embaixador francês quanto o britânico insistiram que a iniciativa é "ilegal" e seja qual for seu resultado não será uma representação real dos desejos da população.

Araud alertou ainda que a crise está "se encaminhando rumo ao pior cenário possível" e lembrou que "a situação piora a cada dia" na Crimeia, onde destacou que o exército russo está reforçando posições e invadiu várias instalações militares ucranianas.

O embaixador francês defendeu que a possível solução à crise está clara e passa pela formação de um governo de unidade em Kiev, pelo envio de observadores à Crimeia e pela realização de eleições.

Araud reconheceu que "os russos não estão mostrando nenhuma indicação que estejam escutando o que dizemos", mas defendeu a realização da reunião do Conselho de Segurança para seguir tentando convencer Moscou.

Perguntado pelo anúncio feito hoje pela Rússia que apresentará propostas aos Estados Unidos para resolver a crise ucraniana, o embaixador assegurou não ter visto nenhuma mudança de discurso.

Pelo contrário, segundo ele, o discurso do representante russo perante o Conselho de Segurança voltou a concentrar-se em sua interpretação do início da crise pela revolução em Kiev e em defender o referendo na Crimeia.

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