Sidney - A acidificação do oceano, uma das consequências das mudanças climáticas, diminui o instinto de sobrevivência dos peixes e os expõem aos predadores, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Climate Change.
A investigação analisou o comportamento dos peixes nos recifes de corais em frente à costa de Papua Nova Guiné, uma zona onde o oceano é naturalmente ácido, e descobriu que seu comportamento é mais arriscado.
"Normalmente, os peixes evitam o cheiro de um predador, é totalmente lógico. Mas neste caso se sentem atraídos por seu cheiro. É incrível", explicou à AFP um dos autores da pesquisa, o professor Philip Munday da universidade australiana James Cook.
O nível de acidificação na zona do estudo, "um laboratório natural" perfeito, segundo Munday, é comparável ao que os oceanos de todo o planeta terão ao fim deste século se não forem tomadas medidas contra as mudanças climáticas.
Cerca de 30% do dióxido de carbono emitido à atmosfera pela atividade humana termina sendo absorvido pelos oceanos, o que faz com que eles se tornem mais ácidos.
Segundo Munday, os peixes da região estudada não conseguiram se adaptar à acidez, apesar de terem vivido sempre nestas condições.
"Afastam-se muito dos refúgios e são mais ativos. É um comportamento mais arriscado, que os expõe a ataques dos predadores", afirma o cientista.
"Isto demonstra que um peixe não sabe se adaptar quando está exposto permanentemente a altos níveis de dióxido de carbono. Também não sabemos se a adaptação será possível nas próximas décadas", caso a acidificação do oceano continue aumentando, afirma.
O estudo foi realizado conjuntamente pelo Coral Centre of Excellence da Universidade James Cook, pelo Australian Institute of Marine Science, pelo Georgia Institute of Technology e pela National Geographic Society.
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1. Machu Picchu
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A 2,4 mil metros de altitude sobre o vale do rio Urubamba, nas cadeias montanhosas do Peru, está a famosa cidade perdida dos incas, Machu Picchu. Construída no século XV, a região vem sofrendo com a deterioração das ruínas e com deslizamentos de terra. Além do intenso fluxo de turistas (hoje limitado a 2,5 mil visitações diárias), este sítio arqueológico, Patrimônio Histórico da Humanidade desde 1983, também é alvo das mudanças no clima. Em janeiro passado, Machu Picchu foi atingida por chuvas intensas consideradas pelo governo peruano as piores dos últimos 15 anos. O temporal chegou a isolar a cidade.
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2. Veneza
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A cidade italiana que transborda história está alagando. Em cem anos, pelo menos 20 centímetros de Veneza já foram para debaixo d´água – e a cada ano lá se vão mais 0,4 milímetros. Reflexo do aquecimento global, o mar adriático, que banha a costa italiana, vem subindo em velocidade assustadora de 1,4 milímetro por ano. A elevação das águas põe em risco as velhas e desgastadas estruturas que sustentam a cidade que, cada vez mais, sofre com inundações frequentes.
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3. Gujarat
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3/8 (Creative Commons/Emmanuel Dyan)
O estado indiano de Gujarat é o maior produtor de algodão e sal do país, além de berço natal de Mahatma Ghandi, o líder político e espiritual que conduziu a India à independência da Coroa Britânica. No verão de 2006 e 2007, o país sofreu uma série de inundações causadas por severas monções, que devastaram a estrutura e a agricultura da região. Com o aquecimento global, alertam os cientistas, esses fenômenos climáticos extremos podem se tornar mais se tornar mais frequentes e intensos, ameaçando não só a população como as atividades econômicas mais importantes do país.
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4. Delta do Nilo
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4/8 (Getty Images)
Durante milênios, ele agregou povos que encontravam em suas águas a oportunidade de cultivar o solo para a agricultura. Ainda hoje o Rio Nilo e seu Delta são cruciais para o Egito – pelo menos um terço da colheita do país vem daí. Mas o aquecimento global tem transformado a região numa ameaça com força destrutiva tão grande quanto seu poder de criação. Em 200 anos, as águas do Mediterrâneo subiram pelo menos 20 centímetros, o que gera cheias frequentes, que arrasam cidades e elevam a salinidade do solo das fazendas, prejudicando a agricultura.
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5. Zahara de La Sierra
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Com área de 72km² e uma população de pouco mais de 1,5 mil habitantes, Zahara de La Sierra é uma cidade medieval histórica nas colinas espanholas de Andaluzia, que vive principalmente no turismo rural. Projeções de cientistas mostram diminuição em 40% das precipitações e elevação de 4 graus nas temperaturas até o final do século como consequência das mudanças climáticas. Isto irá expor Andaluzia e outras regiões da Península Ibérica ao risco de desertificação, que pode ser fatal para as famosas oliveiras da região e seus pastos verdes.
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6. Sibéria
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Há mais de 40 mil anos, os mares da Sibéria congelaram de maneira tão rápida que plantas da região ricas em carbono foram aprisionadas nas profundezas geladas. Ao longo do tempo, a decomposição dessa matéria orgânica libera metano, gás de efeito estufa vinte vezes mais nocivo que o CO2. Com as altas temperaturas, o gelo vem derretendo e liberando esses gases que estavam presos, piorando ainda mais as emissões. Ou seja, quanto maior o calor, mais gelo derrete e mais gases são emitidos, o que deixa o planeta mais quente.
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7. Plataforma de Gelo Ross
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7/8 (Wikimedia Commons)
Situada na Antártida, a plataforma de Ross é maior do mundo, com cerca de 487000 km², área semelhante à da França. Esse "país" de gelo deve o seu nome ao marinheiro e explorador inglês James Clark Ross, que a descobriu em 1841. Apesar da espessura de centenas de metros, os cientistas temem que os paredões de gelo derretam em virtude do aquecimento do planeta, o que poderia causar uma elevação de 5 metros no nível dos oceanos.
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8. Galápagos
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8/8 (Wikimedia Commons)
Foi nessas ilhas equatorianas, no oceano pacífico, que Charles Darwin revolucionou as ciências naturais criando a Teoria da Evolução, a um século e meio atrás. De lá pra cá, o arquipélago tem atraído turistas e curiosos do mundo todo, que querem conhecer sua fauna peculiar, que inclui muitas espécies endêmicas como as tartarugas de Galápagos. Contudo, o aumento crescente do turismo e da população local colocam em risco esse paraíso natural que, há pouco tempo, era praticamente intocado.