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OCDE aponta alta de 4,6% do PIB mundial em 2010

Contando só os países participantes da OCDE, crescimento deve ser de 2,8%

Obama, presidente dos EUA: maior economia do mundo deve crescer 2,7%, segundo OCDE (Chung Sung-Jun/Getty Images)

Obama, presidente dos EUA: maior economia do mundo deve crescer 2,7%, segundo OCDE (Chung Sung-Jun/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2010 às 10h27.

Paris - A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) anunciou nesta quinta-feira uma ligeira alta no crescimento para 2010 e advertiu sobre o risco de ações unilaterais que põem em risco uma guinada protecionista.

Em seu relatório semestral de perspectivas, a OCDE divulgou que a economia global crescerá 4,6% neste ano, 4,2% em 2011 e 4,6% em 2012.

Contudo, a alta do Produto Interno Bruto (PIB) na OCDE será mais limitada, de 2,8% em 2010 (um décimo a mais do projetado em maio), de 2,3% em 2011 (cinco décimos a menos) e de 2,8% em 2012.

Na zona do euro, o PIB terá alta de 1,7% em 2010 (revisão em alta de cinco décimos), outra de 1,7% em 2011 (um décimo a mais) e de 2% em 2012.

No grupo estão três dos quatro Estados que este ano continuarão com uma evolução negativa: Grécia (-3,9%), Irlanda (-0,3%) e Espanha (-0,2%). Em 2011 será reduzido a dois países: Grécia (-2,7%) e Portugal (-0,2%).

Os autores do relatório corrigiram a queda do crescimento dos Estados Unidos, frente à previsão anterior de 4,5%, que atingiram 2,7% neste ano e 2,2% em 2011 (1,1% menos). O ritmo da progressão deve recuperar-se em 2012, com 3,1%.


No Japão, espera-se um crescimento de 3,7% em 2010 (sete décimos a mais que o anunciado no relatório anterior), em 2011 de 1,7% (três décimos menos) e em 2012 de 1,3%.

A taxa de desemprego na OCDE, que chega neste ano a 8,3% da população ativa, vai reduzir 8,1% em 2011 e 7,5% em 2012, níveis muito superiores aos 5,5% constatados antes da explosão da crise em 2007.

Os autores do estudo advertiram que há "riscos significativos" que o comportamento final da economia no mundo desenvolvido seja pior que o que se descreve, sobretudo porque o preço dos imóveis nos Estados Unidos e no Reino Unido continua em queda e pela alta dívida de alguns países.

O economista-chefe da organização, Pier Carlo Padoan, ressaltou o perigo das ações unilaterais para fazer frente aos efeitos de fluxos de capitais.

"Tudo isso pode levar a movimentos protecionistas. Por isso, é preciso aplicar uma combinação de políticas macroeconômicas, de taxa de câmbio e estruturais que sejam coordenadas e que contribuam ao ajuste fiscal e ao reequilibrio dos desequilíbrios financeiros internacionais", explicou.

O economista-chefe sugere acelerar as reformas estruturais, que se viram desaceleradas durante a crise, e de forma particular retomá-las com caráter "urgente" no mercado de trabalho, para evitar que um crescente número de trabalhadores se transforme em desempregados de longa duração.

Segundo Padoan, uma redução do desemprego em um ponto percentual permite reduzir o déficit público em 0,8% do PIB.

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