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Observadores viajam pela Síria; violência deixa mais 31 mortos

Ao menos 25 civis foram mortos em Hama pelas tropas do regime

A UE votou restrições sobre o material utilizado na repressão, que completam as listas já em vigor desde o embargo das armas (AFP)

A UE votou restrições sobre o material utilizado na repressão, que completam as listas já em vigor desde o embargo das armas (AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 13h22.

Damasco - Mais trinta e uma pessoas foram mortas nesta segunda-feira na Síria, onde observadores da ONU que monitoram o cessar-fogo, violado diariamente desde a sua implantação, iniciaram a segunda semana de missão com visitas a vários locais.

Os rebeldes e ativistas contavam com a presença de observadores para impedir novas violações da trégua, oficialmente em vigor desde 12 de abril, de acordo com o plano do enviado internacional Kofi Annan, mas a violência continua.

Ao menos 25 civis foram mortos em Hama (centro) pelas tropas do regime, outro em Damasco e cinco soldados em regiões de Deraa (sul) e Hama, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A pequena equipe de observadores, que deve ser reforçada com mais dois membros nesta segunda-feira, visitou a cidade rebelde de Zabadani, 47 km a noroeste de Damasco, palco regular de manifestações anti-regime e de combates entre o regime e o Exército Sírio Livre (ESL), que reúne os desertores.

Duma também foi visitada, segundo militantes, um dia depois de violentos ataques, durante os quais três civis morreram neste subúrbio da capital. Milhares de manifestantes se reuniram ao redor dos quatro soldados da ONU que visitaram a cidade, entoando slogans que exigiam a queda do regime e o armamento dos rebeldes do ESL.

A equipe "continua a trabalhar, fazendo visitas diárias e estabelecendo contatos com todas as partes a fim de se preparar para a missão de supervisão das Nações Unidas na Síria (Mismnus)", declarou Neeraj Singh, líder da equipe avançada da ONU.

Outros membros da missão foram a al-Bab, na província de Aleppo (norte), no momento em que as forças do governo realizavam buscas e prisões, de acordo com o OSDH.


Entre os soldados da ONU, dois permanecem em Homs (centro), cidade símbolo da revolta e repressão no centro do país. Eles foram, segundo a agência oficial Sana, ao bairro de al-Waer.

Abu Yazan al-Homsi, um militante de Homs, manifestou dúvidas quanto à eficácia desta missão. "Eu não entendo exatamente o propósito desta missão. Se é para dar mais tempo para o assassino Bashar (al-Assad), nós podemos nos virar sem observadores", reagiu via Skype.

"Os bombardeios no bairro de Khaldiyé continuaram durante toda a noite até o amanhecer sob os olhos e ouvidos dos observadores", disse.

Segundo ele, o regime viola todos os pontos do plano de Annan: "não removeu os tanques das cidades e ainda não libertou nenhum detento".

Enquanto o OSDH identificou mais de 200 mortos desde a sua instauração, Annan também pediu para Damasco parar "de uma vez por todas" com o uso de armas pesadas e "se retirar dos centros populacionais".

No sábado, em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU votou por unanimidade uma segunda resolução sobre a Síria, que autoriza o envio de uma missão de 300 soldados desarmados, após 13 meses de violência que custou a vida de mais de 11.100 pessoas, de acordo com o OSDH.

Estes observadores devem começar a ser enviados ao país na próxima semana, anunciou nesta segunda-feira um porta-voz da ONU.

Para aumentar a pressão sobre o regime de Bashar al-Assad, que parece determinado a continuar sua repressão, a União Europeia aprovou um conjunto de 14 sanções que proíbem as exportações de produtos de luxo para Síria.

Além disso, a UE votou restrições sobre o material utilizado na repressão, que completam as listas já em vigor desde o embargo das armas.

A Suíça também reforçou suas medidas, impôs sanções contra Anisa e Asma Al-Assad, mãe e esposa do presidente Bashar al-Assad, além de vários membros do governo.

Paris "condenou" a acusação da blogueira Razan blogger Ghazzawi e de sete outros jovens ativistas dos direitos humanos pelo regime, e afirmou ser "inaceitável" o seu comparecimento no sábado em um tribunal militar de Damasco.

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