Visitantes da exposição observam em Katmandu uma peça feita com objetos encontrados no monte Everest: artistas querem estimular a limpeza na região (Prakash Mathema/AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2012 às 10h05.
Katmandu - Uma exposição de esculturas feitas com objetos recuperados no monte Everest: este é o desafio aceito por artistas nepaleses para advertir sobre o mau estado da maior montanha do mundo após várias décadas de alpinismo.
Cilindros de gás, garrafas de oxigênio, cordas, barracas, latas de cerveja e até destroços de um helicóptero foram utilizados para a elaboração de 75 obras de arte para uma surprendente exposição, que tem como nome "Everest 8848 Art Project", inaugurada em um hotel luxuoso de Katmandu.
"Pensamos que ajudará a promover os artistas e contribuirá para a limpeza do Everest", disse Kripa Rana Shahi, organizador da exposição.
Sessenta e cinco pessoas, reunidas pela Everest Summiteers Association (ESA), com sede em Katmandu, e 75 "yaks" recolheram oito toneladas de resíduos durante duas expedições organizadas durante a primavera.
Posteriormente, 15 artistas nepaleses trabalharam durante um mês.
O pintor e poeta Sunita Rana utilizou fragmentos de alumínio recuperados de latas de cerveja para criar medalhas que simbolizam a coragem dos alpinistas.
Outro artista utilizou os destroços de um helicóptero, que caiu em 1974 no Campo nº 2 do Everest quando transportava material para montanhistas italianos, para produzir uma estátua de Ganesh, o deus hindu da sabedoria, da inteligência e da prudência.
O preço das peças de arte varia de 1.500 rúpias (20 euros) a 200.000 rúpias (2.800 euros). Os artistas esperam arrecadar uma quantia suficiente para expor na região do Everest e mostrar aos alpinistas o dano ambiental provocado pelas expedições.
Quase 4.000 alpinistas escalaram o monte Everest (8.848 metros), seguindo os passos de Edmond Hillary e Tenzing Norgay, os primeiros homens a alcançar o topo da montanha em 1953.