Mundo

Obama volta a defender fim de Guantánamo

Segundo o presidente dos EUA, valores e tradições jurídicas "não permitem a detenção indefinida de pessoas além de nossas fronteiras"


	Barack Obama: presidente dos EUA defendeu uso transparente dos aviões não tripulados, os drones
 (Kevin Lamarque/Reuters)

Barack Obama: presidente dos EUA defendeu uso transparente dos aviões não tripulados, os drones (Kevin Lamarque/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 15h55.

West Point - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a assumir nesta quarta-feira o compromisso de fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, pela necessidade de se respeitar as normas internacionais, e defendeu um uso transparente dos aviões não tripulados.

"O que nos torna excepcionais não é nossa habilidade para burlar as normas internacionais e o Estado de Direito. É nossa vontade de afirmá-las através de nossas ações", disse em um discurso na Academia Militar de West Point, em Nova York, em uma cerimônia de formação de cadetes.

"Por isso continuarei pressionando pelo fechamento de Guantánamo", afirmou Obama. Segundo o presidente, os valores e as tradições jurídicas "não permitem a detenção indefinida de pessoas além de nossas fronteiras".

O fechamento de Guantánamo foi uma das promessas das duas campanhas eleitorais de Obama, mas seu desejo de encerrar as atividades da prisão enfrentou as restrições incluídas pelo Congresso no orçamento de defesa, que proíbem a transferência dos presos para penitenciárias em solo americano.

Obama também mencionou as recém aprovadas restrições sobre a coleta e armazenamento indiscriminado de dados por parte das agências de inteligência, como a Agência de Segurança Nacional (NSA).

"Vamos ter menos aliados e seremos menos eficazes se for percebido que estamos vigiando os cidadãos comuns", disse o presidente.

Obama explicou também que os EUA seguirão usando drones "enquanto for necessário" para se proteger, mas deve ser transparente sobre as ações realizadas com aviões não tripulados.

"Quando tivermos dados de inteligência confiáveis, atuaremos diretamente, seja através de operações de captura como a que trouxe perante a justiça um terrorista envolvido na trama para atacar nossas embaixadas em 1998; ou por meio de ataques com drones como os que temos realizado no Iêmen ou Somália", detalhou Obama.

O presidente defendeu que as ações com drones sejam feitas com cuidado: "temos que respeitar padrões que reflitam nossos valores, o que significa atacar somente quando enfrentarmos uma ameaça iminente e contínua, e só quando houver uma certeza quase completa de que não haverá vítimas civis. Não devemos criar mais inimigos do que os que eliminamos no campo de batalha".

Obama expressou ainda seu desejo de transferir o comando do programa de aviões não tripulados da CIA para o Pentágono.

"Vou recorrer cada vez mais a nosso exército para que assuma a liderança e forneça informação ao público sobre nossos esforços", afirmou, argumentando que as agências de inteligência americanas fizeram "um trabalho excepcional" e é necessário "seguir protegendo suas fontes e métodos".

"Mas quando não podemos explicar nossos esforços clara e publicamente, enfrentamos propaganda terrorista e suspeitas internacionais e perdemos nossa legitimidade perante nossos aliados e nosso povo", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBarack ObamaCubaDronesPersonalidadesPolíticosPrisões

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica