Prisão de Guantánamo: Obama prometeu fechar o local (John Moore/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2011 às 18h24.
Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, decretou nesta segunda-feira em uma ordem executiva o restabelecimento das comissões militares, suspensas no começo de seu mandato, para julgar alguns presos de Guantánamo.
Em comunicado divulgado pela Casa Branca, Obama indicou que esta e outras medidas ampliarão "a capacidade de levar os terroristas perante a Justiça, proporcionarão a supervisão de nossos atos e garantirão um tratamento humano para os presos".
A medida representa uma nova admissão do presidente americano sobre a dificuldade de fechar a prisão, o primeiro compromisso que adotou após sua chegada ao poder em janeiro de 2009.
Apesar de tudo, a Casa Branca ressalta que permanece comprometida com "o difícil desafio de fechar Guantánamo", a prisão estabelecida na base militar de Cuba em 2001 para alojar presos suspeitos de terrorismo.
A decisão foi tomada depois que o Congresso impôs em dezembro passado restrições à possibilidade de julgar presos de Guantánamo em tribunais civis americanos.
O Governo, indica a Casa Branca, "se opõe a estas restrições como um desafio perigoso e sem precedentes à autoridade do Executivo de decidir o método mais efetivo para levar os terroristas perante a Justiça".
Por causa da ordem executiva, o secretário de Defesa, Robert Gates, emitiu uma ordem que reativa as comissões militares e permite que possam ser apresentados novos casos perante elas.
Para justificar esta mudança, a Casa Branca informa que nos últimos dois anos o Governo proibiu que fossem utilizadas declarações de presos resultantes de tratamento degradante, cruel e desumano, e iniciou um melhor sistema para o manejo de informação confidencial.
Com estas reformas, declara a Casa Branca, "as comissões militares, junto aos julgamentos contra suspeitos de terrorismo em tribunais civis, são uma ferramenta importante e disponível para combater terroristas internacionais que estejam dentro de sua competência", de modo que se respeite o Estado de Direito.
A ordem executiva estabelece também um sistema de avaliação periódico para os presos retidos na base militar de Guantánamo e que não podem ser julgados, entregues a outros países ou colocados em liberdade, mas dos quais conste que são um perigo para os EUA.
Esta revisão contribuirá para garantir, segundo a Casa Branca, que os incluídos neste grupo permaneçam detidos somente enquanto for necessário e legal para evitar ameaças contra a segurança do país.