Obama: "o trabalho vital realizado pelos nossos serviços de inteligência depende da confiança pública, aqui e no exterior, sem violar a privacidade dos cidadãos comuns", disse (REUTERS/Larry Downing)
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 05h36.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou nesta terça-feira sua promessa de reformar os programas de espionagem eletrônica da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês), mas sem mencionar Edward Snowden, o ex-técnico da agência que revelou essas práticas em 2013 e está asilado na Rússia.
"Trabalharei com o Congresso para reformar os programas de vigilância, porque o trabalho vital realizado pelos nossos serviços de inteligência depende da confiança pública, aqui e no exterior, sem violar a privacidade dos cidadãos comuns", disse Obama em seu tradicional discurso do Estado da União no Congresso.
O presidente americano abordou com essa breve referência um dos assuntos mais polêmicos de seu mandato em 2013, e evitou citar Snowden, o técnico que revelou no ano passado os programas de espionagem da NSA.
Em resposta a essa polêmica, no dia 17 de janeiro Obama anunciou que a NSA deixará de fazer o recolhimento em massa de dados de conexões telefônicas de todo o mundo, se submeterá às exigências legais para a obtenção de informação eletrônica e acabará com a espionagem de líderes aliados.
Por outro lado, o presidente também se referiu aos "limites prudentes" que estabeleceu no uso dos "drones", aviões não tripulados, cuja utilização lhe rendeu críticas nos últimos anos.
Segundo o Escritório de Jornalismo de Investigação (TBIJ, sigla em inglês), uma organização sem fins lucrativos sediada em Londres que contabiliza os ataques com "drones" americanos, na semana passada completaram cinco anos desde o primeiro ataque teleguiado ordenado pela Administração Obama.
Desde 2009, o governo Obama ordenou cerca de 390 ataques com "drones" em países como Paquistão, Iêmen e Somália, um número oito vezes maior que durante a Presidência de George W. Bush. Essas ações resultaram em mais de 2,4 mil mortes, 273 delas de civis, segundo os cálculos do TBIJ.