Presidente dos EUA, Barack Obama, brinda com o imperador Akihito, do Japão, durante jantar no Palácio Imperial, em Tóquio (Larry Downing/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 18h33.
Tóquio - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assegurou ao Japão nesta quinta-feira que Washington está comprometido com a sua defesa, incluindo as minúsculas ilhas que estão no centro de uma disputa com a China, mas negou que tenha estabelecido nova "linha vermelha" e pediu diálogo pacífico sobre as ilhas.
O comentário de Obama atraiu uma resposta rápida da China, que afirmou que as ilhotas em disputa são território chinês.
Obama também instou o Japão a tomar "medidas ousadas" para firmar um pacto de comércio bilateral visto como crucial para um amplo acordo regional que é parte central do seu direcionamento de recursos militares, diplomáticos e econômicos para a Ásia e o Pacífico.
Negociadores comerciais dos Estados Unidos e do Japão não conseguiram resolver as divergências a tempo de Obama e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, apertarem as mãos em um acordo na cúpula.
Os líderes relataram progressos, mas o ministro da Economia do Japão, Akira Amari, disse mais tarde que os pontos de atrito não puderam ser resolvidos rapidamente.
Obama, que está no início de uma turnê por quatro nações, foi acolhido com pompa e cerimônia numa demonstração de que a aliança EUA-Japão, principal pilar da estratégia de segurança norte-americana na Ásia, é sólida em um momento de aumento das tensões na região em razão da crescente imposição da China e ameaças nucleares por parte da Coreia do Norte.
"Nós não tomamos uma posição sobre a determinação final de soberania com relação às ilhas Senkaku, mas historicamente elas vêm sendo administradas pelo Japão e nós não acreditamos que devem ser objeto de alterações de forma unilateral, e uma parte consistente da aliança é que o tratado abrange todos os territórios administrados pelo Japão", disse Obama.
"Esta não é uma posição nova, esta é uma posição consistente", disse ele em entrevista coletiva conjunta após a reunião com Abe, usando o nome japonês para as ilhas que a China, que também reivindica soberania sobre elas, chama de Diaoyu.
"Em nossas conversas, enfatizei com o primeiro-ministro Abe a importância de resolver esse problema de forma pacífica", acrescentou Obama.
Embora seus comentários representam uma reafirmação da política de longa data dos EUA, há um simbolismo no compromisso declarado explicitamente por um presidente dos EUA no Japão.
Respondendo aos comentários de Obama, o porta-voz da chancelaria chinesa, Qin Gang, disse em seu contato diário com a imprensa, em Pequim, que as ilhas pertencem à China.
"O chamado Tratado de Segurança EUA-Japão é um produto da era da Guerra Fria e não pode ser destinado a terceiros, e não pode prejudicar a soberania territorial da China", disse ele.
"Não importa o que alguém diga ou faça, isso não pode mudar a realidade básica de que as Ilhas Diaoyu são território inerente da China e não pode abalar a determinação do governo e povo chinês de proteger a (nossa) soberania e direitos marítimos."