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Obama propõe acabar com espionagem telefônica da NSA nos EUA

O presidente dos EUA preparava-se para colocar fim à controversa vigilância das comunicações telefônicas realizada pela NSA, segundo funcionário de alto escalão

Barack Obama: segundo projeto, os dados das chamadas nos EUA deixariam de ser entregues em tempo real pelas operadoras de telefonia à NSA, como ocorre agora (Saul Loeb/AFP)

Barack Obama: segundo projeto, os dados das chamadas nos EUA deixariam de ser entregues em tempo real pelas operadoras de telefonia à NSA, como ocorre agora (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 14h12.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, preparava-se para colocar fim à controversa vigilância das comunicações telefônicas realizada pela Agência Nacional de Segurança (NSA), confirmou nesta terça-feira um funcionário de alto escalão americano.

"Nos próximos dias, quando terminarem as consultas com o Congresso e com as comissões de Informação e de Justiça, (o presidente) irá propor um enfoque eficaz para que o Estado não colete nem armazene mais estes dados, mas tenha acesso às informações que precisa para responder às necessidades de segurança nacional identificadas pela equipe", explicou o funcionário sob condição de anonimato.

O jornal The New York Times publicou na segunda-feira um projeto desta reforma, citando funcionários do governo americano.

Segundo este projeto, os dados das chamadas nos Estados Unidos (número, duração e horário, mas não registros das conversas) deixariam de ser entregues em tempo real pelas operadoras de telefonia à NSA, como ocorre agora.

Em vez disso, a NSA deverá pedir autorização à justiça para obter os dados telefônicos de um número específico, identificado como suspeito pelos analistas desta agência.

Atualmente, a NSA conserva durante cinco anos os dados telefônicos de todas as chamadas realizadas nos Estados Unidos. Se a reforma do governo for aprovada, as operadoras não serão obrigadas a conservar os dados por mais de 18 meses.

O vazamento por parte do ex-analista de inteligência Edward Snowden de documentos classificados sobre a espionagem das comunicações que a NSA realiza geraram indignação tanto nos Estados Unidos quanto no exterior em junho de 2013.

Depois dos vazamentos, Edward Snowden obteve asilo temporário na Rússia, em agosto de 2013, o que enfureceu o governo americano.

O governo defendeu seus métodos argumentando que eram necessários para lutar contra o terrorismo, mas Obama anunciou recentemente uma reforma que deverá passar pelo Congresso.

Os líderes da comissão de Informação da Câmara de Representantes devem apresentar nesta terça-feira um rascunho de seu próprio projeto de reforma, levemente diferente do defendido pelo presidente.

Segundo o Washington Post, a NSA também deixaria de armazenar dados telefônicos, mas poderia pedir diretamente às operadoras os dados de um número suspeito, apenas com controle judicial posterior.

"Acreditamos que isso possa ser a solução para aqueles de nós que querem preservar uma capacidade importante em matéria de segurança nacional, lidando ao mesmo tempo com as preocupações legítimas de muitos de que a coleta de dados telefônicos tem um potencial de abuso", declarou o presidente republicano da comissão, Mike Rogers.

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