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Obama promete "conversa dura" com aliados árabes, diz NYT

Obama disse na semana passada que iria se encontrar com os líderes dos seis Estados do Conselho de Cooperação do Golfo neste semestre


	Barack Obama: "Essa é uma conversa difícil de ter, mas é uma que temos que ter"
 (REUTERS/Jonathan Ernst)

Barack Obama: "Essa é uma conversa difícil de ter, mas é uma que temos que ter" (REUTERS/Jonathan Ernst)

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Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2015 às 09h05.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que iria ter uma "conversa dura" com aliados árabes no Golfo Pérsico, na qual vai prometer a eles um forte apoio norte-americano contra seus inimigos externos, mas também dizer que precisam enfrentar os desafios políticos internos.

Em uma entrevista a Thomas Friedman, colunista do jornal New York Times, publicada no domingo, Obama afirmou que iria dizer aos países árabes do Golfo que eles também precisam ser mais ativos na abordagem das crises regionais.

"Acho que quando você olha para o que acontece na Síria, por exemplo, há um grande desejo de que os Estados Unidos cheguem lá e façam alguma coisa", disse ele na entrevista, realizada no sábado.

"Mas a questão é: por que não podemos ter árabes que lutam contra as terríveis violações perpetradas contra os direitos humanos, ou que lutam contra o que Assad tem feito?" acrescentou, referindo-se ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.

Obama disse na semana passada que iria se encontrar com os líderes dos seis Estados do Conselho de Cooperação do Golfo neste semestre em sua casa de campo de Camp David, perto de Washington, em parte para discutir as preocupações desses países com o acordo nuclear prestes a ser firmado com o Irã.

O conselho é formado por Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos (EAU), Catar, Omã e Barein.

A Arábia Saudita, que considera o Irã seu principal rival regional, tem repetidamente advertido que procurará ter armas atômicas se o Irã fizer o mesmo.

Estados do Golfo são parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos em campanha contra os militantes do grupo Estado Islâmico, que se apoderaram de grandes áreas da Síria e do Iraque.

Obama disse que deseja conversar com os aliados do Golfo sobre como tornar suas defesas mais eficazes e também lhes garantir o apoio dos Estados Unidos contra ataques externos, "... o que talvez vá aliviar algumas de suas preocupações e lhes permitir ter uma conversa mais frutífera com os iranianos", disse.

Mas o presidente afirmou que o maior perigo para esses países não vem de um possível ataque do Irã, mas da insatisfação dentro deles mesmos, incluindo os jovens desempregados e excluídos, e a sensação de que não há saída política para suas queixas.

Por isso, ao mesmo tempo em que dão apoio militar, os Estados Unidos devem perguntar: "Como podemos fortalecer as organizações políticas nesses países, para que os jovens sunitas sintam que têm algo diferente (do Estado Islâmico) para escolher", disse Obama.

"Essa é uma conversa difícil de ter, mas é uma que temos que ter", afirmou.

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