O presidente deve agir rapidamente para anunciar um sucessor ao atual secretário Timothy Geithner, que deixou claro que não continuará no cargo (Philip Scott-Andrews/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2012 às 10h45.
Washington - A reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dá a ele uma segunda chance para colocar a economia norte-americana num ritmo forte, mas para fazer isso ele precisa de um chefe do Tesouro com forte habilidade para fazer acordos e colocar a dívida recorde do país sob controle.
O presidente deve agir rapidamente para anunciar um sucessor ao atual secretário Timothy Geithner, que deixou claro que não continuará no cargo no segundo mandato de Obama.
O novo capitão da economia norte-americana terá um grande papel no desafio de conseguir um plano de corte de déficit que precisa passar pelo dividido politicamente Congresso, onde divisões profundas impediram que o presidente fizesse muito mais durante seu primeiro mandato.
"Esse secretário do Tesouro tem que nos guiar para um acordo. Precisa ser alguém com credenciais sobre déficit e respeito de ambos os lados", afirmou o vice-presidente sênior para política na agência de pesquisa Third Way, Jim Kessler. "Precisa ser alguém que também desafie o partido do presidente." No topo da lista de possíveis escolhas está o chefe de gabinete de Obama, Jack Lew, um especialista do governo em contabilidade que trabalhou como diretor orçamentário sob a administração de Obama e do ex-presidente Bill Clinton. Escolher Lew sinalizaria aos mercados financeiros que Obama está sério sobre diminuiu o déficit e reformar o código fiscal.
A dívida acumulada do país agora supera 16 trilhões de dólares e o déficit orçamentário ultrapassou 1 trilhão de dólares pelo quarto ano seguido no ano fiscal de 2012, que terminou em setembro.
No entanto, Lew, um ex-executivo do Citigroup, irritou parlamentares republicanos quando ele ajudou a mediar um acordo orçamentário de 2011 que limitou gastos discricionários e estabeleceu 1,2 trilhão de dólares em cortes de gastos, um plano que tinha o objetivo de forçar parlamentares persistentes a solucionar suas amplas diferenças sobre a política orçamentária.
Alguns assistentes republicanos disseram que Lew não é um parceiro construtivo nas negociações, diferentemente de Geithner e o Chefe de Estado anterior de Obama, Bill Daley.
Com os republicanos mantendo o controle da Câmara dos Deputados, Obama precisa desesperadamente de alguém que possa chegar a um acordo.
Erskine Bowles, que foi chefe de gabinete de Bill Clinton, preencheria essa lacuna. Bowles se tornou uma espécie de celebridade em Washington depois que Obama o colocou para trabalhar com o republicano Alan Simpson com a tarefa de criar um plano para cortar o déficit.
A decisão de Obama de não endossar totalmente a proposta de Simpson-Bowles deixou os republicanos furiosos, mesmo com o plano pedindo por impostos mais altos, uma ideia que a maior parte dos republicanos se opõe.
A questão orçamentária mais imediata para Obama é evitar o chamado abismo fiscal de 600 bilhões de dólares em aumentos de impostos e cortes de gastos, que irá atingir a economia norte-americana no começo do ano que vem. Economistas preveem amplamente uma nova recessão se o Congresso não amenizar sua postura.
Não está claro se Geithner ficará por tempo suficiente para ver um acordo que bloqueie as medidas de austeridade.
O novo secretário do Tesouro também precisa lidar com a crise da dívida da Europa e administrar as relações com a China, o maior credor dos Estados Unidos e o segundo maior parceiro comercial do país.