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Obama pede proteção à 'onda de liberdade' da Primavera Árabe

Obama dedicou quase todo seu discurso a destacar o ''progresso'' alcançado após as revoltas árabes e a condenar o extremismo


	O presidente Barack Obama: ''Devemos afirmar que nosso futuro será determinado por pessoas como Chris Stevens, e não por seus assassinos''
 (Emmanuel Dunand/AFP)

O presidente Barack Obama: ''Devemos afirmar que nosso futuro será determinado por pessoas como Chris Stevens, e não por seus assassinos'' (Emmanuel Dunand/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2012 às 18h47.

Nações Unidas - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta terça-feira perante a Assembleia Geral da ONU a preservação da ''crescente onda de liberdade'' gerada pela Primavera Árabe, pediu uma frente comum contra a violência e voltou a advertir que impedirá que o Irã desenvolva uma arma nuclear.

Obama dedicou quase todo seu discurso a destacar o ''progresso'' alcançado após as revoltas árabes e a condenar o extremismo, com ênfase nos recentes ataques contra missões diplomáticas de seu país no mundo muçulmano pela difusão de um vídeo produzido nos EUA que ridiculariza Maomé e o Islã.

Seu discurso começou e terminou com menções ao embaixador americano na Líbia, Chris Stevens, assassinado junto com outros três compatriotas no último dia 11 de setembro no ataque ao consulado em Benghazi.

Ataques como esse e outros ocorridos nas últimas duas semanas não são somente contra EUA, mas ''um ataque aos ideais sobre os quais se fundaram as Nações Unidas, à noção que as pessoas podem resolver suas diferenças pacificamente'', assegurou Obama.

''Se levamos a sério estes ideais, temos que falar honestamente sobre as causas profundas desta crise. Porque enfrentamos uma escolha entre as forças que nos separam e as esperanças que temos em comum'', acrescentou.

''Devemos afirmar que nosso futuro será determinado por pessoas como Chris Stevens, e não por seus assassinos'', destacou o presidente.

''Devemos declarar que a violência e a intolerância não têm lugar entre nossas Nações Unidas'', pediu em seguida aos líderes mundiais reunidos na 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Pela primeira vez em décadas, ''tunisianos, egípcios e líbios votaram em seus novos líderes em eleições críveis, competitivas e justas'', lembrou Obama, ressaltando que os EUA apoiaram ''as forças da mudança'' não somente nos países protagonistas da Primavera Árabe, mas também em outros como Senegal, Somália e Mianmar.


No entanto, enfatizou que conseguir uma ''verdadeira democracia, a liberdade real, é um trabalho duro''.

Obama reiterou que os EUA ''não têm nada a ver com o vídeo'' que satiriza Maomé, mas salientou que, antes de tudo, está a liberdade de expressão: ''Como presidente aceito que as pessoas digam coisas terríveis sobre mim a cada dia e sempre defenderei seu direito a fazê-lo''.

''Não há discurso que justifique a violência sem sentido, não há palavras para perdoar o assassinato de inocentes'', ressaltou Obama, para quem não há volta na ''crescente onda de liberdade'' no mundo.

Por outro lado, ao referir-se ao Irã em seu discurso, Obama afirmou que fará ''o que deve fazer'' para evitar que esse país obtenha uma arma nuclear.

Uma arma nuclear nas mãos do Irã ''ameaçaria eliminar Israel, a segurança das nações do Golfo e a estabilidade da economia global'', advertiu.

Depois alertou que ''existe o risco de desencadear uma corrida armamentista nuclear na região e do desmoronamento do tratado de não-proliferação'', já que o Irã não conseguiu ''demonstrar'' que seus fins são pacíficos.

Os EUA ''querem resolver este assunto através da diplomacia, e achamos que ainda há tempo e espaço para isso. Mas esse tempo não é ilimitado'', reafirmou o presidente.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está há semanas solicitando aos EUA que sejam mais firmes com o Irã por seu programa nuclear e instou Obama a traçar uma ''linha vermelha'' que esse país deveria abster-se de atravessar.

Em relação à Síria, Obama declarou que ''se há uma causa que reivindica que se proteste hoje no mundo é um regime que tortura crianças e dispara foguetes contra edifícios de apartamentos''.

Obama também questionou perante a Assembleia ''os que dão as costas à possibilidade da paz'' entre israelenses e palestinos, e voltou a expressar seu apoio à solução dos dois Estados, que deve vir ''de um acordo justo entre as partes''. 

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