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Obama pede apoio da ONU se Síria não cumprir acordo

Presidente pediu apoio a duras medidas caso o país se recuse a entregar suas armas químicas


	Barack Obama: presidente dos EUA também instou a Rússia e o Irã a deixarem de apoiar o presidente Bashar al-Assad
 (Getty Images)

Barack Obama: presidente dos EUA também instou a Rússia e o Irã a deixarem de apoiar o presidente Bashar al-Assad (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2013 às 17h20.

Nações Unidas - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira que a Organização das Nações Unidas (ONU) apoiem duras medidas contra a Síria caso o país se recuse a entregar suas armas químicas e instou a Rússia e o Irã a deixarem de apoiar o presidente sírio, Bashar al-Assad.

Falando na Assembleia-Geral da ONU, evento anual que reúne líderes mundiais, Obama apresentou as prioridades dos EUA para as voláteis regiões do Oriente Médio e Norte da África. Ele enfatizou que os EUA querem soluções diplomáticas para disputas inflamadas, mas não descartou a hipótese do uso da força ou de ação direta contra ameaças extremistas.

Obama recuou no começo do mês do plano de lançar uma ação militar unilateral contra a Síria, pondo em andamento um esforço diplomático que levou à ajuda russa para convencer a Síria a ceder suas armas químicas, depois de um ataque com gás venenoso em 21 de agosto que, segundo autoridades norte-americanas, matou 1.429 pessoas.

Com a promessa da Síria ainda não cumprida totalmente, o desafio de Obama na ONU era convencer líderes mundiais a se unirem aos EUA na imposição de pressão sobre a Síria com uma resolução do Conselho de Segurança que inclua duras medidas, no caso de Assad não entregar seu estoque de armas químicas de um modo que possa ser verificado.

"O governo sírio deu o primeiro passo ao apresentar uma relação de seus estoques. Agora, tem que haver uma forte resolução do Conselho de Segurança que verifique que o regime de Assad está mantendo seus compromissos, e tem de haver consequências se ele falhar no cumprimento", disse Obama.

O temor do lado norte-americano é que a Rússia possa vetar qualquer resolução da ONU que contenha uma ameaça explícita de uso da força contra a Síria.


As perspectivas de um acordo entre a Rússia e o Ocidente sobre as bases de uma resolução podem estar melhorando, já que potências ocidentais recuaram no que diplomatas da ONU chamam de cláusula que "dispare" a imposição automática de medidas punitivas, no caso de a Síria não cumprir o prometido.

Se a Síria, no fim, entregar suas armas químicas, afirmou Obama, isso deve energizar os esforços diplomáticos para convencer Assad a deixar o poder depois de dois anos e meio de guerra civil, na qual mais de 110 mil pessoas já foram mortas.

Obama enviou uma mensagem explícita aos dois principais aliados de Assad, Irã e Rússia: a noção de que a Síria pode retornar ao status quo de antes da guerra "é uma fantasia".

"É hora de a Rússia e o Irã compreenderem que insistir no regime de Assad vai conduzir diretamente ao resultado que eles temem: um espaço crescentemente violento para os extremistas operarem", afirmou.

Ele também pareceu rejeitar especificamente a recente crítica do presidente russo, Vladimir Putin, à crença dos norte-americanos de um "excepcionalismo" dos EUA --um ponto de vista que Obama tem repetido, como também fizeram outros presidentes do país, para justificar a intervenção dos EUA no exterior.

"Alguns podem discordar, mas eu acredito que a América é excepcional, em parte porque nós temos mostrado interesse, por meio do sacrifício de sangue e riquezas, em nos levantar não somente por nossos próprios restritos interesses, mas pelo interesse de todos", disse.

Obama anunciou que os Estados Unidos vão conceder ajuda humanitária adicional de 339 milhões de dólares para aliviar a crise dos refugiados sírios, sendo 161 milhões de dólares para pessoas dentro da Síria e o restante para países vizinhos.

No discurso de 43 minutos, Obama tentou também elevar as perspectivas de paz no Oriente Médio no momento em que os EUA buscam realizar negociações diretas entre israelenses e palestinos.

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