Mundo

Obama pede acordo no Congresso para votação do orçamento

Presidente americano pediu aos parlamentares para que cheguem a um consenso, visando assim não paralisar o governo

O déficit orçamentário dos Estados Unidos está previsto para chegar a um recorde de 1,65 trilhão esse ano (Chip Somodevilla/Getty Images)

O déficit orçamentário dos Estados Unidos está previsto para chegar a um recorde de 1,65 trilhão esse ano (Chip Somodevilla/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2011 às 16h40.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pressionou o Congresso neste sábado para que se chegue a um "denominador comum" para evitar uma paralisação do governo, enquanto Republicanos e Democratas se aproximavam de um acordo para manter fluxo do dinheiro federal.

"Na semana que vem, o Congresso vai se concentrar em um orçamento de curto prazo. Pelo bem do nosso povo e da nossa economia, não podemos permitir que esse impasse prevaleça", disse Obama no seu pronunciamento de rádio semanal.

Os Republicanos da Câmara dos Deputados destinaram cerca de 4 bilhões de dólares de cortes de despesas, na sexta-feira, para um projeto tampão de gastos de duas semanas, que o líder do Senado, controlado pelos democratas, indicou que seria aceitável. Isso serviria para ganhar tempo para que o Congresso tente elaborar um plano para financiar o governo até o fim desse ano fiscal, que termina em 30 de setembro.

"Estamos animados de saber que os Republicanos estão abrindo mão das suas exigências por medidas extremas... e em vez disso, estão se aproximando da posição dos Democratas, de que deveríamos cortar os gastos do governo de forma responsável e inteligente, que visa cortar desperdícios e gastos excessivos, ao mesmo tempo em que mantém o crescimento da nossa economia", disse em um comunicado, na sexta-feira, Jon Summers, porta-voz do líder da maioria no Senado, Harry Reid.


Republicanos e os Democratas de Barack Obama estão brigando por causa dos gastos federais, com os Republicanos dizendo que suas grandes vitórias nas eleições de novembro, os autorizam a exigir cortes maiores, e os Democratas alegam que isso colocaria em perigo a frágil recuperação econômica.

Os partidos precisam concordar com a medida provisória na semana que vem, para continuar a financiar o governo ou, no dia 4 de março, ele ficará sem dinheiro e os serviços não essenciais serão interrompidos.

"Eu peço e espero que encontrem um denominador comum para que possamos acelerar e não impedir o crescimento da economia", disse Obama. "Não será fácil. Haverá muitos debates e controvérsias e nenhum partido conseguirá tudo que quer. Os dois lados terão que ceder", acrescentou.

Cortes visados

A medida tampão que a Câmara dos Deputados propôs continuaria a financiar por duas semanas todos os programas de governo, exceto alguns que já haviam sido destacados para sofrer cortes no orçamento de Barack Obama para o ano fiscal de 2012, que começa no dia 1o de outubro.

Isso também eliminaria o financiamento que havia sido reservado para os projetos favoritos dos legisladores para esse ano. Entre eles estão 293 milhões de dólares para projetos de transportes e 173 milhões de dólares para projetos de desenvolvimento econômico.


O Senado, liderado pelos Republicanos, aprovou no começo desse mês uma medida que cortaria 61 bilhões de dólares até setembro dos programas domésticos, excluindo o programa de pensões da Previdência Social e os programas de saúde para os idosos e pobres, Medicare e Medicaid.

Os Democratas do Senado disseram que cortariam muitos programas sociais e ambientais e chamaram isso de 'sem chance'. A Goldman Sachs estimou que o projeto atrasaria significativamente o crescimento econômico dos Estados Unidos no segundo e no terceiro trimestre.

Nenhum partido quer ser o culpado por uma paralisação do governo, que poderia atrasar o pagamento de benefícios de milhões de americanos e levar à demissão de milhares de funcionários federais. Mas os recém eleitos legisladores Republicanos - apoiados por um movimento conservador Tea Party (movimento social e político populista), fortalecidos pela raiva popular sobre os gastos federais - estão pressionando para diminuir o governo.

O déficit orçamentário dos Estados Unidos está previsto para chegar a um recorde de 1,65 trilhão esse ano, ou quase onze por cento da produção norte-americana, sob um orçamento para o ano fiscal de 2012, que Obama propôs no início desse mês ao Congresso.

O presidente disse que defende uma abordagem "equilibrada" para a redução do déficit que não descarta investimentos de longo prazo em educação e infraestrutura. "Estou ansioso para trabalhar com os membros dos dois partidos para produzir um orçamento responsável, que corte o que não podemos gastar, aumente a vantagem competitiva dos Estados Unidos no mundo e que nos ajude a ganhar o futuro", disse Obama.

Os Republicanos disseram que não tinham interesse em paralisar o governo, mas que insistiria em um financiamento prudente. "Nosso objetivo, como Republicanos, é fazer cortes razoáveis nesses gastos e criar um melhor ambiente para o aumento de empregos, sem paralisar o governo", disse o Senador Rob Portman em pronunciamento semanal do seu partido.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)Orçamento federalPaíses ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA