Membros da ONU patrulham República Centro-Africana: o presidente americano abriu a possibilidade para mais punições (Issouf Sanogo/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2014 às 07h05.
Washington - O presidente Barack Obama ordenou sanções contra cinco pessoas relacionadas à violência sectária na República Centro-Africana e abriu a possibilidade para mais punições.
Por meio de uma ordem executiva, Obama declarou uma emergência nacional e disse que um colapso da lei e da ordem, atrocidades generalizadas e uso forçado de crianças como soldados ameaçam a segurança na República Centro-Africana e nas nações vizinhas.
As sanções norte-americanas têm como alvo os dois lados do conflito: o grupo rebelde muçulmano Seleka e as milícias cristãs anti-Balaka.
O secretário de imprensa da Casa Branca Jay Carney disse, em declaração, que as sanções "enviam uma forte mensagem de que a impunidade não será tolerada e que aqueles que ameaçam a estabilidade da República Centro-Africana enfrentarão consequências".
O anúncio ocorreu no mesmo dia em que a França divulgou que Camille Lepage, uma fotojornalista de 26 anos, morreu no país após meses documentando o conflito. Ela publicou imagens em jornais como o New York Times e o Wall Street Journal.
O país eclodiu em violência em dezembro, embora o conflito remonte a março de 2013, quando uma aliança de grupos rebeldes, conhecida como Seleka, depôs o presidente François Bozizé.
Segundo a Casa Branca, cerca de um milhão de pessoas deixaram suas casas na República Centro-Africana e mais de dois milhões e meio precisam de ajuda humanitária.
As sanções afetam Bozizé, que é acusado de apoiar as milícias anti-Balaka e incentivá-las a cometer atrocidades contra o atual governo de transição e os islamitas; Michel Djotodia, líder Seleka que deixou o poder em janeiro por pressão internacional; Noureddine Adam, ex-ministro de Segurança Pública e membro do grupo Seleka, acusado por grupos humanitários de participar de ataques a dezenas de vilas; Abdoulaye Miskine, descrito como o líder de um ex-grupo Seleka; e Levy Yakete, um coordenador político anti-Balaka. Fonte: Dow Jones Newswires.