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Obama ordena sanções contra russos envolvidos na Ucrânia

Autoridades disseram que ainda não foi feita a lista de pessoas visadas pelas sanções, mas Vladimir Putin não fará parte dela

Protesto contra a agressão russa na Ucrânia, em frente à Casa Branca, Washington (Gary Cameron/Reuters)

Protesto contra a agressão russa na Ucrânia, em frente à Casa Branca, Washington (Gary Cameron/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2014 às 18h50.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou nesta quinta-feira sanções contra as pessoas responsáveis ​​pela intervenção militar russa na Ucrânia, incluindo a proibição de viagens e o congelamento de seus bens nos Estados Unidos, e disse que um referendo na região da Crimeia para que ela se una à Rússia violaria a lei internacional.

Autoridades dos EUA disseram que ainda não foi feita a lista de pessoas visadas pelas sanções, mas o presidente russo, Vladimir Putin, não fará parte dela.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou: "Eu não estou sabendo se há um limite" de quantas pessoas poderiam ser incluídas na lista.

Obama assinou uma ordem executiva que visa a punir russos e ucranianos responsáveis ​​pelas ações da Rússia na península ucraniana da Crimeia, que provocaram a pior crise nas relações russo-americanas desde o fim da Guerra Fria.

Numa escalada da crise, o Parlamento da Crimeia votou nesta quinta-feira pela adesão da região à Rússia. Já o governo local, apoiado por Moscou, marcou um referendo sobre a decisão para daqui a dez dias.

Obama apareceu na sala de imprensa da horas depois de assinar a ordem e disse que os Estados Unidos impuseram as sanções para que haja perdas para a Rússia por suas ações. Ele disse que a comunidade internacional está agindo em conjunto e afirmou que um referendo na Crimeia violaria a Constituição ucraniana.


"Qualquer discussão sobre o futuro da Ucrânia deve incluir o governo legítimo da Ucrânia", disse Obama. "Em 2014 estamos muito além dos dias em que as fronteiras podiam ser redesenhadas passando por cima da cabeça dos líderes democráticos." Obama e altos funcionários do governo enfatizaram que as sanções dos EUA podem ser ajustadas ou novas medidas poderão ser adotadas, dependendo das mudanças no comportamento russo.

"Enquanto nós tomamos essas medidas, quero deixar claro que também há uma maneira de resolver esta crise de modo a respeitar os interesses da Federação Russa, assim como do povo ucraniano", disse o presidente, pedindo que seja permitida a entrada de monitores internacionais na Ucrânia e que haja negociações entre Moscou e Kiev.

"A Rússia manteria seus direitos de base na Crimeia, desde que atue em conformidade com seus acordos e respeite a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. E o mundo deveria apoiar o povo da Ucrânia agora que se encaminha para as eleições em maio", disse ele, definindo isso como "o caminho para desescalar violência".

A Casa Branca definiu as sanções como uma "ferramenta flexível" voltada para aqueles diretamente envolvidos na desestabilização da Ucrânia. Passos adicionais podem ser tomados, se necessário. Quaisquer ações russas no leste da Ucrânia seriam motivo potencial para mais medidas, disse uma alta autoridade dos EUA.

O Departamento de Estado também está impondo uma proibição de concessão de vistos a um número determinado de funcionários e pessoas responsáveis ​​ou cúmplices na ameaça à soberania e integridade territorial da Ucrânia.

No entanto, Putin não deve estar nessa lista, disse um alto funcionário do governo.

"É uma circunstância incomum e extraordinária sancionar um chefe de Estado, e nós não iríamos começar as nossa classificação fazendo isso", disse o funcionário.

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