Soldado americano no Iraque: Pentágono ressaltou que os soldados não terão um papel de combate (Spencer Platt/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2014 às 22h31.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, notificou nesta sexta-feira ao Congresso por carta o último envio de 350 soldados ao Iraque para proteger o pessoal diplomático e a embaixada em Bagdá, a terceira carta desde o início dos bombardeios seletivos contra o Estado Islâmico (EI) nesse país.
Os primeiros soldados do novo contingente chegaram na quinta-feira ao Iraque, sua incumbência será proteger ao pessoal e as instalações americanos e estão equipado para o combate, detalha Obama em sua carta ao Congresso.
Quando o Pentágono anunciou o envio há três dias ressaltou que estes soldados não terão um papel de combate e explicou que este contingente eleva a presença militar americana no Iraque para mais de 1.200 militares para contribuir na contenção da ofensiva dos jihadistas do EI no norte do país.
"Os soldados permanecerão no Iraque até que a situação de segurança deixe de necessitar", explicou Obama em sua carta aos congressistas.
Esta é a terceira vez que o presidente americano informa ao Congresso da campanha de ataques no Iraque que começou há um mês, em virtude do previsto na Resolução sobre Poderes de Guerra.
A "War Powers Resolution", uma lei federal que data de 1973, estabelece que é o Congresso que deve autorizar uma guerra, apesar do presidente poder desdobrar tropas quando existir uma "emergência nacional" por causa de um ataque contra o país ou seus interesses.
A legislação exige que o presidente relate ao Congresso dentro das 48 horas de uma ação militar e proíbe que os soldados americanos permaneçam em conflito no exterior mais de 60 dias sem autorização do Congresso ou uma declaração de guerra.
O secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou nesta sexta-feira que formará uma coalizão de países para combater o EI no Iraque, embora descarte enviar soldados para combater em terra.
Os EUA procuram apoio de outros países para enfrentar a crescente ameaça dos jihadistas, que nas últimas semanas assassinaram dois jornalistas americanos em represália pela decisão de Washington de lançar ataques aéreos contra o EI no Iraque.
Os EUA invadiram o Iraque de Saddam Hussein em 2003 e quase nove anos depois retirou suas tropas do país, onde sofreu cerca de 4.500 baixas.
Até 2011, os aliados da Otan mantiveram uma missão de treino das forças de segurança nesse país similar à qual poderiam estabelecer agora se as autoridades de Bagdá assim o solicitarem.