Mundo

Obama nomeará novo enviado especial para fechar Guantánamo

Ao anunciar a suspensão da moratória para repatriar presos ao Iêmen, Obama disse que será revisado "caso por caso"


	Grade da prisão de Guantánamo: a greve de fome iniciada há três meses por 100 dos 166 presos de Guantánamo disparou os alertas sobre as condições da prisão.
 (REUTERS/Bob Strong)

Grade da prisão de Guantánamo: a greve de fome iniciada há três meses por 100 dos 166 presos de Guantánamo disparou os alertas sobre as condições da prisão. (REUTERS/Bob Strong)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2013 às 16h32.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta quinta-feira a suspensão da moratória para transferir presos de Guantánamo ao Iêmen e que vai nomear um novo enviado especial para o fechamento dessa prisão.

"Não há nenhuma justificativa além das políticas do Congresso para impedir o fechamento de um centro que nunca deveria ter sido aberto", disse Obama durante um discurso sobre sua política antiterrorista na Universidade de Defesa Nacional.

Ao anunciar a suspensão da moratória para repatriar presos ao Iêmen, Obama disse que será revisado "caso por caso".

"Na maior medida possível vamos transmitir aos detidos que foram aprovados para ir a outros países. Quando for apropriado, vamos levar os terroristas perante a Justiça em nossos tribunais e em nosso sistema de justiça militar", afirmou o presidente.

Segundo Obama, a "responsabilidade" do novo enviado especial para Guantánamo, que dependerá dos departamentos de Estado e Defesa, será "conseguir a transferência de detidos a terceiros países".

Em um momento de cortes orçamentários, "gastamos US$ 150 milhões a cada ano" na manutenção de Guantánamo, localizada em Cuba e onde hoje há 166 presos, destacou Obama.

A greve de fome iniciada há três meses por 100 dos 166 presos de Guantánamo disparou os alertas sobre as condições da prisão e reiniciou o debate sobre seu fechamento, uma promessa de Obama na campanha eleitoral de 2008 ainda não cumprida.


A prisão de Guantánamo foi aberta em janeiro de 2002 por decisão do então presidente George W. Bush e no marco da guerra global dos EUA contra o terrorismo após os atentados de 11 de setembro de 2001, e chegou a ter quase 800 reclusos.

Um total de 86 de seus 166 reclusos recebeu o sinal verde para serem libertados, mas a oposição do Congresso, a falta de acordos bilaterais para sua transferência e a moratória suspensa hoje para a repatriação de presos iemenitas a seu país bloquearam o processo.

No mesmo discurso, Obama defendeu o uso de aviões não-tripulados contra grupos terroristas porque, em sua opinião, "salvaram vidas", mas propôs normas para aumentar a transparência e garantias desta opção.

"Estes ataques salvaram vidas. Além disso, estas ações dos EUA são legais", apesar de isso não querer dizer "que sejam sábias ou morais em cada instante", reconheceu o presidente.

No entanto, Obama considerou que o progresso contínuo contra a Al Qaeda "reduzirá a necessidade" de ataques com aviões não-tripulados, e disse que os EUA só dirigem ataques contra essa organização terrorista e seus filiados.

"Os EUA não atacam quando temos a capacidade de capturar terroristas, nossa preferência sempre é deter, interrogar e processar.... Não realizamos ataques para castigar indivíduos", garantiu. 

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticosPrisões

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica