Obama disse que há evidências de que armas químicas foram usadas dentro da Síria, mas que não se sabe "como elas foram usadas, quando foram usadas, quem as usou" (REUTERS/Jason Reed)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2013 às 16h33.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta terça-feira contra a pressa no julgamento sobre o uso de armas químicas na Síria contra seu próprio povo, em um sinal de que vai adotar uma abordagem cautelosa em relação ao problema que pode levar a uma ação militar dos EUA.
Em uma entrevista à imprensa na Casa Branca, Obama disse que há evidências de que armas químicas foram usadas dentro da Síria, mas que não se sabe "como elas foram usadas, quando foram usadas, quem as usou". O presidente disse, ainda, que não há uma sequência de fatos que estabeleça o que "exatamente aconteceu".
Obama declarou que o Departamento de Defesa já preparou opções que podem estar disponíveis, que ele se recusou a especificar, para responder ao que seria claramente uma "escalada" e uma "ameaça à segurança da comunidade internacional, dos nossos aliados e dos Estados Unidos".
O presidente afirmou que vai levar um tempo para chegar a um julgamento conclusivo sobre o fato de a Síria ter cruzado ou não a "linha vermelha" dos Estados Unidos com o uso de armas químicas. Ele insistiu que "precisa ter certeza de que tem os fatos".
Obama mantém cautela sobre lançar uma ação militar contra a Síria sem uma evidência firme, uma vez que seu antecessor, o ex-presidente George W. Bush, deu início a uma guerra no Iraque com base em denúncias de uso de armas de destruição em massa, o que depois ficou provado que não era verdade.
"Se nos precipitarmos em julgar sem evidências efetivas e firmes, então podemos nos colocar numa posição em que não poderemos mobilizar a comunidade internacional para apoiar o que fizermos", disse.
O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, nega o uso de armas químicas nos dois anos de guerra civil na qual mais de 70.000 pessoas foram mortas.