Obama: "não vejo uma contradição entre o crescimento econômico e a reforma de nosso sistema migratório" (Jim Watson/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 08h19.
Washington - Os eleitores latinos castigarão os republicanos nas eleições de 2012 nos Estados Unidos, por não terem aprovado uma reforma migratória integral com o governo, afirmou o presidente Barack Obama nesta segunda-feira.
Com uma taxa de aprovação entre os latinos em queda, o presidente se mostra convencido de que o eleitorado lhe perdoará por não ter conseguido uma reforma migratória.
"Não acredito que os eleitores latinos vão me castigar por não ter convencido os republicanos a fazer o que deviam. Acredito que castigarão os republicanos por não terem tomado com seriedade a necessidade de reformar nosso falido sistema de imigração. E acredito que isso se aplica a todos os americanos", completou.
Quarenta e nove por cento dos latinos aprovam o desempenho do presidente, que chegou ao poder em 2008 com um recorde de votos dessa comunidade (cerca de 67%), segundo a pesquisa de popularidade presidencial da empresa Gallup.
A empresas de pesquisas LatinoDecisions advertiu, no entanto, em 22 de agosto, que apenas 38% dos latinos têm certeza de que votarão novamente em Obama.
O desemprego americano em geral está em 9,1% e, entre os latinos, em 11,3%.
Apesar dessas cifras, Obama se mostra seguro de que poderá convencer os americanos sobre a necessidade de uma reforma.
A oposição republicana na Câmara dos Representantes apresentou várias iniciativas para frear a entrada desses imigrantes e ao mesmo tempo planeja um programa de controle de entrada de trabalhadores agrícolas.
"Ainda temos muita gente que vive nas sombras e que cria um sistema econômico oculto que se estivesse na legalidade poderia contribuir para a arrecadação de impostos e para aumentar a produtividade", argumentou.
"Não vejo uma contradição entre o crescimento econômico e a reforma de nosso sistema migratório", completou.
O governo Obama é ao mesmo tempo o que mais ilegais deportou na história, com mais de 1 milhão de estrangeiros em dois anos e meio.
"Deveríamos nos centrar em criminosos violentos e não, por exemplo, em jovens que estão estudando", opinou o governante.
Seu governo promulgou no último mês uma nova política de deportação que deixa de lado os casos de ilegais sem antecedentes criminais.
"Mas já disse antes: não posso resolver o problema com medidas administrativas", advertiu Obama diante dos jornalistas.