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Obama focará na situação na Venezuela na Cúpula das Américas

Cúpula promoverá, pela primeira vez, o encontro entre os presidentes, após a imposição de sanções contra funcionários a serviço do governo do país sul-americano


	As medidas do governo Obama têm aumentado o conflito diplomático entre Washington e Caracas, tendo sido recebidas com rechaço quase unânime entre os países latino-americanos
 (Jim Watson/AFP)

As medidas do governo Obama têm aumentado o conflito diplomático entre Washington e Caracas, tendo sido recebidas com rechaço quase unânime entre os países latino-americanos (Jim Watson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 19h10.

Washington - A situação econômica e de direitos humanos na Venezuela será uma prioridade do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Cúpula das Américas, a ser realizada nos dias 10 e 11 de abril, em Panamá, disse, nesta terça-feira, um funcionário do governo dos EUA.

"Precisamos trabalhar com a comunidade internacional e, em particular, com nossos vizinhos na Venezuela", acrescentou Alex Lee, subsecretário-adjunto para América do Sul e Cuba no Departamento de Estado, durante audiência na subcomissão do Senado para o Hemisfério Ocidental.

A Cúpula do Panamá promoverá, pela primeira vez, o encontro entre Obama e o presidente venezuelano Nicolás Maduro, justo agora que a Casa Branca impôs sanções contra sete funcionários a serviço do governo do país sul-americano. Essas sete pessoas são acusadas de violações aos direitos humanos.

As medidas do governo Obama têm aumentado o conflito diplomático entre Washington e Caracas, tendo sido recebidas com rechaço quase unânime entre os países latino-americanos.

"As sanções, previstas em uma lei do Congresso assinada por Obama em dezembro, ainda podem passar por uma extensão a outros funcionários", assinalou John Smith, diretor-suplente no Escritório de Controle de Bens Estrangeiros, subordinado ao Departamento do Tesouro.

Mas, segundo Lee, o governo dos EUA continua a trabalhar com os países da região para promover a realização de eleições "confiáveis" na Venezuela, que neste ano renovará o Poder Legislativo com eleições que não foram marcadas.

"A maior oportunidade da Venezuela para resolver este problema é ao realizar um processo eleitoral confiável", disse Lee. "Apesar do apoio da região ao governo de Maduro, a influência de Caracas tem se reduzido à medida que piora a crise econômica", insistiu.

Lee acrescentou que a interferência do governo da Venezuela não é mais a mesma. "A habilidade da Venezuela para exercer influência foi reduzida enormemente pelos graves problemas econômicos e os esforços para se manter à parte de uma crise no pagamento da dívida externa".

Para Lee, sem "a generosidade financeira" de que dispunha em anos anteriores, a Venezuela tem reduzido o auxílio a outros países, especialmente no programa Petrocaribe, pelo que países caribenhos recebem petróleo em condições preferenciais.

Após entrar em recessão em 2014 e com a maior inflação na América Latina, "no máximo, a Venezuela migra de uma crise econômica para outra, tratando de buscar dinheiro o bastante para pagar as importações de que precisa com urgência", avaliou o representante do governo.

"Tudo isto é uma forma de deixar a Venezuela na defensiva", afirmou ele.

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