O presidente ressaltou que sob seu mandato foram abertos mais procedimentos contra a China que nos oito anos do governo de Bush (©AFP / Brendan Smialowski)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2012 às 21h10.
Washington - O presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Barack Obama, defendeu nesta segunda-feira em Ohio suas ações para frear a concorrência ''desleal'' da China no comércio, enquanto o seu rival republicano, Mitt Romney, prometeu em Los Angeles uma reforma migratória justa e transparente.
Obama enfatizou que seu governo acaba de abrir um processo contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelos subsídios desse país às exportações de automóveis e seus componentes.
O discurso foi feito em Ohio, um estado muito dependente da indústria automobilística e considerado vital para as eleições de 6 de novembro e que ambos os candidatos estão visitando quase uma vez por semana nesta reta final de campanha.
O presidente ressaltou que sob seu mandato foram abertos mais procedimentos contra a China por suas práticas comerciais que nos oito anos do governo de seu antecessor, o republicano George W. Bush.
No comércio ''é preciso fazer o que se predica, não só falar sem pensar'', disse Obama em alusão clara a Romney. O republicano acusou Obama de não fazer frente à China nas disputas comerciais com a firmeza necessária.
''Ele não pode enfrentar a China quando tudo o que fez foi entregar para eles nossos postos de trabalho'', destacou Obama, que acrescentou que Romney foi ''pioneiro'' em transferir empregos realizados por trabalhadores americanos para países como China e Índia, quando dirigia a firma de investimentos Bain Capital nos anos 1990.
No último mês de julho o governo Obama apresentou uma queixa contra a China na OMC pelos encargos às importações de veículos fabricados nos EUA.
Agora protesta por conta de subsídios ''proibidos'' sob as regras da OMC e que proporcionam ''uma vantagem injusta'' aos exportadores chineses, segundo o representante de Comércio Exterior dos EUA, Ron Kirk.
Em comunicado, Romney comentou que a nova disputa contra a China na OMC é ''pouco'' e chega ''tarde demais para as empresas americanas e famílias de classe média''.
Romney se concentrou hoje nos hispânicos, uma comunidade que historicamente apoia Obama, segundo as pesquisas de opinião, e se comprometeu a ''trabalhar com republicanos e democratas'' em caso de vitória nas eleições para realizar uma reforma migratória ''justa e transparente''.
Em discurso na Câmara de Comércio Hispânica de Los Angeles, o candidato republicano afirmou que Obama ''nunca apresentou um projeto de lei'' para impulsionar sua prometida reforma migratória, apesar de seu partido ser majoritário em ambas as câmaras do congresso no início do seu mandato.
''Quero garantir que aqueles que respeitam a lei e esperam na fila para emigrar para os EUA legalmente não estejam em desvantagem'', afirmou Romney.
Nessa linha, detalhou que se opõe a uma ''anistia'' e que, se chegar à Casa Branca, vai propor um programa de vistos para trabalhadores temporários e facilidades para os imigrantes que servirem nas Forças Armadas obterem a residência permanente nos EUA, assim como um maior controle das fronteiras.
Após a realização da convenção republicana em Tampa e depois da democrata em Charlotte, as pesquisas indicam que Obama está na frente de Romney em intenções de voto e que conseguiu, inclusive, neutralizar a vantagem que colocava o republicano como o candidato mais preparado para impulsionar a recuperação econômica do país.