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Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2010 às 09h45.
Os dois governos devem usar a cúpula para tentar exibir uma boa relação, mas Obama e Hu terão discordâncias a debater, especialmente com relação ao superávit comercial chinês e ao controle cambial de Pequim sobre o yuan.
Washington diz que a excessiva desvalorização da moeda chinesa dá às empresas do país uma vantagem injusta no mercado internacional. O déficit comercial dos EUA com a China cresceu 20 por cento nos primeiros dez meses do ano, e pode superar 270 bilhões de dólares ao longo de 2010, ultrapassando o recorde de 268 bilhões de dólares em 2008.
Com relação à Coreia do Norte, a China resiste aos apelos ocidentais para impor mais pressão aos seus aliados de Pyongyang por causa do seu programa nuclear e de outras atitudes que causam tensão na região -- como o recente bombardeio a uma ilha sul-coreana, que deixou quatro mortos.
Mas cúpulas como essa, cuidadosamente planejadas, servem mais para nutrir a compreensão do que para buscar soluções para grandes questões, segundo David Lampton, professor de estudos chineses na Escola de Estudos Internacionais Avançados Paul H. Nitze, em Washington.
"Se essa viagem levar os dois líderes a terem apreciações mais realistas dos limites que cada país enfrenta no tratamento mútuo, só isso já deveria ser visto como uma viagem bem sucedida", afirmou.
A China espera que os EUA evitem gafes como as que marcaram a viagem de Hu à Casa Branca, em 2006. Naquela ocasião, o hino da República Popular da China foi anunciado como sendo da "República da China," expressão que se refere a Taiwan, ilha que Pequim considera ser uma "província rebelde."
Hu também passou constrangimento quando um seguidor da proscrita seita chinesa Falun Gong lhe proferiu um sermão de três minutos a partir da área de imprensa.
A China considera que aquela foi uma "visita de Estado," enquanto os EUA a classificam como uma visita oficial, o que é um rótulo de menos prestígio. Os EUA consideram que a última visita de Estado de um líder chinês foi feita em 1997 por Jiang Zemin.