Mundo

Obama é criticado por ministério branco e masculino

Primeiro presidente negro dos EUA está sendo criticado por membros de seu partido por nomear tantos homens brancos para cargos importantes

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 08h33.

Washington - Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, está sendo criticado por alguns membros do seu Partido Democrata por nomear tantos homens brancos para cargos importantes em seu segundo mandato.

Na quinta-feira, ele nomeou Jack Lew como secretário do Tesouro, o quarto homem branco indicado nas últimas semanas para os principais cargos de alto escalão do governo.

Antes, o senador John Kerry já havia sido escolhido para substituir Hillary Clinton no Departamento de Estado. Obama também apontou o ex-senador Chuck Hagel como secretário de Defesa, e John Brennan para o comando da CIA (Agência Central de Inteligência).

Ao mesmo tempo, o presidente perdeu a primeira mulher hispânica a participar do gabinete, a secretária do Trabalho Hilda Solis, que anunciou sua renúncia na quarta-feira. E no mês passado Lisa Jackson, que é negra, decidiu deixar o comando da Agência de Proteção Ambiental.

"É vergonhoso como o inferno", disse o democrata Charles Rangel, um dos mais influentes negros do Congresso, sobre as nomeações de Obama.

A senadora democrata Jeanne Shaheen, de New Hampshire --único Estado a ter uma bancada federal totalmente feminina--, descreveu as nomeações do presidente como "frustrantes".

"Precisamos de um governo que se pareça com os EUA, para podermos tratar das preocupações que escutamos de todo o espectro", disse.

Os republicanos também se somaram às críticas. O ex-pré-candidato presidencial Mike Huckabee acusou Obama de travar uma "guerra às mulheres", mesma expressão que os democratas cunharam para criticar o candidato presidencial republicano Mitt Romney durante a campanha do ano passado.


"Agora muitas dessas mulheres que apoiaram Barack Obama estão coçando suas cabeças e dizendo: ‘Puxa! Como pode que haja tanta testosterona no gabinete de Obama, e tão pouco estrógeno?", questionou o ex-governador de Arkansas no seu programa de rádio.

Essa crítica a Obama chega a ser surpreendente, porque em geral os republicanos são acusados de serem insensíveis à diversidade de gênero e raça. O ex-presidente George W. Bush se contrapôs a isso nomeando dois negros para o Departamento de Estado durante seus oito anos de governo -- Colin Powell e Condoleezza Rice.

Depois de Rice, já no governo Obama, o cargo foi para a democrata Hillary. Se Kerry for confirmado pelo Senado, ele será o primeiro homem branco no cargo em mais de uma década.

A crítica feita a Obama não leva em conta, no entanto, o anúncio feito nesta semana pela Casa Branca de que o secretário de Justiça, o negro Eric Holder, ficará no cargo.

Além disso, havia nos meios políticos a ampla suposição de que Obama cogitava nomear como secretária de Estado a embaixadora do país na ONU, Susan Rice, que é negra. Ela retirou seu nome de consideração por causa de objeções republicanas a declarações que ela fez depois do atentado de 2012 contra o consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, pediu na quarta-feira aos críticos que esperem Obama concluir as nomeações.

"As mulheres estão bem representadas no primeiro escalão presidencial", disse ele a jornalistas, observando que o gabinete inclui também Janet Napolitano (Segurança Interna) e Kathleen Sebelius (Saúde).

No primeiro mandato de Obama, a participação feminina no gabinete chegou a 36 por cento, cifra apenas inferior à do governo de Bill Clinton (1993-2001).

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticaPolíticos

Mais de Mundo

Estados Unidos confirmam primeiro caso de nova variante da mpox

Brasil lança aliança global contra a fome com ao menos US$ 25 bilhões e 81 países membros

Starship: SpaceX lança foguete nesta segunda; veja como assistir

O que são ATACMS, mísseis dos EUA que podem ser usados ​​contra a Rússia