Barack Obama: o compromisso dos EUA com a segurança do Japão, no entanto, contempla todos os territórios administrados por esse país, incluídas as ilhas Diaoyu/Senkaku, disputadas com a China (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2015 às 17h21.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que o fortalecimento da aliança entre seu país e o Japão não é uma provocação à China, mas, ao contrário, é algo que a "beneficia", assim como a toda região da Ásia-Pacífico.
Obama fez estas declarações durante entrevista coletiva conjunta na Casa Branca com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que está em visita de Estado aos EUA.
"Damos as boas-vindas a uma ascensão pacífica da China", ressaltou Obama, que admitiu, no entanto, que existem "tensões reais" entre os Estados Unidos e o país asiático, em particular em "assuntos marítimos".
Japão e China disputam a soberania das ilhas Diaoyu/Senkaku, no Mar da China Oriental, e continuam enfrentados por divergências históricas relacionadas à invasão japonesa da China e a outras nações da Ásia durante a Segunda Guerra Mundial.
Obama ressaltou hoje que o "compromisso dos EUA com a segurança do Japão contempla todos os territórios" administrados por esse país, incluídas as ilhas Diaoyu/Senkaku.
"Compartilhamos a preocupação sobre as atividades chinesas de construção e reivindicação de terras no mar da China meridional", afirmou o presidente americano.
Sobre o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), um projeto de entidade financeira multilateral liderada pela China, Obama disse que "não é certo" os Estados Unidos se oporem à participação de outros países nessa instituição.
Segundo Obama, o que os EUA pretendem é garantir que o BAII será "baseado nas melhores práticas", seguindo o exemplo de outros mecanismos multilaterais de financiamento.
O BAII tem atualmente 57 países fundadores, entre eles Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, Espanha e Brasil, e sua fundação foi interpretada como uma tentativa da China de diminuir influência de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (BM) e o Banco Asiático de Desenvolvimento.