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Obama diz que cessar-fogo depende de decisão da Rússia

Para o presidente americano, Rússia precisa parar de mandar tropas e armas para o país vizinho


	Barack Obama: "nenhum acordo realista pode ser alcançado se a Rússia continuar a enviar tanques"
 (Mandel Ngan/AFP)

Barack Obama: "nenhum acordo realista pode ser alcançado se a Rússia continuar a enviar tanques" (Mandel Ngan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 11h22.

Tallinn - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quarta-feira que um cessar-fogo na Ucrânia pode ser eficaz apenas se Moscou parar de "fingir" que não estava controlando separatistas pró-Rússia e parar de mandar tropas e armas para o país vizinho.

Obama fez os comentários em viagem à Estônia, um dos três ex-países soviéticos do Báltico que fazem fronteira com a Rússia e que temem que a rebelião no leste ucraniano possa trazer problemas para eles. Todos os três possuem consideráveis minorias russas e dependem do fornecimento de energia da Rússia.

A Ucrânia disse nesta quarta-feira que seu presidente havia concordado com o líder russo, Vladimir Putin, sobre as medidas para um “regime de cessar-fogo” no conflito de Kiev com os separatistas, mas o Kremlin negou qualquer acordo real de trégua, o que causou confusão às vésperas de uma cúpula da aliança militar Otan.

“Temos consistentemente apoiado o esforço do presidente (Petro) Poroshenko de alcançar um significativo cessar-fogo que possa conduzir a um acordo político”, disse Obama em uma coletiva de imprensa em Tallinn durante uma breve visita, cuja intenção era salientar o comprometimento dos EUA com um Estado da Otan na linha de frente. “Até agora não isso não vingou, seja porque a Rússia não tem sido séria sobre a questão ou tenha fingido que não está controlando os separatistas, os quais, quando consideraram ser mais vantajoso para eles, não cumpriram o cessar-fogo.”

A Rússia nega ter enviado veículos blindados e soldados para o leste da Ucrânia, uma área cuja maioria da população fala russo e tem lutado pela independência desde abril. Mais de 2.600 pessoas morreram no conflito, que provocou a maior crise nas relações da Rússia com o Ocidente desde a Guerra Fria.

“Em termos de ações, temos visto agressão e apelos às paixões nacionais que historicamente foram muito perigosos na Europa e são certamente uma causa de preocupação”, disse Obama.

“Nenhum acordo político realista pode ser alcançado se a Rússia efetivamente diz que vai continuar a enviar tanques e soldados e armas e conselheiros sob o disfarce de separatistas.”

Obama chegou a Tallinn, de onde seguirá para uma cúpula da Otan no País de Gales, a fim de reassegurar os três Estados bálticos - Lituânia, Letônia e Estônia - de que a organização os apoiaria e que os EUA estão comprometidos a proteger a fronteira leste da aliança militar.

Sob o tratado da Otan, um ataque a qualquer Estado-membro seria tratado como um ataque a todos os membros da aliança. Os Estados bálticos se juntaram à Otan e à União Europeia em 2004. A Ucrânia não faz parte de nenhum dos dois.

Atualizado às 11h22

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