O presidente norte-americano, Barack Obama: Barack Obama irá ao Palácio presidencial para uma reunião com o presidente mexicano, seguido por uma coletiva de imprensa. (REUTERS/Jason Reed)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 16h10.
Cidade do México - O presidente americano, Barack Obama, chegou nesta quinta-feira ao México, para uma visita de 24 horas focada na cooperação econômica e na imigração, após anos de prioridade à luta contra os cartéis do narcotráfico.
Esta é a quarta viagem de Barack Obama ao México, mas a primeira desde a posse em 1º de dezembro do presidente mexicano Enrique Peña Nieto, que deseja redefinir as prioridades das relações entre os dois países.
Hoje, México e Estados Unidos concordam em "equilibrar e diversificar a relação", assegurou à AFP Sergio Alcocer, vice-ministro mexicano das Relações Exteriores, encarregado pela América do Norte.
O presidente Obama reconheceu esta intenção na terça-feira. "Iremos discutir várias questões de economia. Dedicamos muito tempo ao tema da segurança entre os Estados Unidos e o México que, por vezes, esquecemos que este país é um enorme parceiro comercial".
Barack Obama irá ao Palácio presidencial para uma reunião com o presidente mexicano, seguido por uma coletiva de imprensa.
Posteriormente, Obama terá dois eventos privados. O primeiro é um encontro com o pessoal da embaixada ameicana em seu hotel e depois ele irá um jantar na residência de Peña Nieto.
Na sexta-feira, o presidente americano deve pronunciar um discurso no Museu de Antropologia do México antes de pegar o avião para sua segunda e última etapa da viagem, na Costa Rica.
Na manhã desta quinta, antes de Obama partir para o México, seu governo anunciou a criação de um fórum bilateral sobre educação superior, inovação e pesquisa para ampliar os intercâmbios educacionais.
O México, parceiro desde 1994 dos Estados Unidos e do Canadá no Acordo de Livre Comércio (Alena), é o segundo maior consumidor e terceiro fornecedor dos Estados Unidos. As trocas comerciais anuais entre os dois países atingem 500 bilhões de dólares.
Durante os seis anos de governo do presidente Felipe Calderon (2006-2012), a luta contra o narcotráfico dominou a agenda dois dois países.
Frente ao crescimento do poderio dos cartéis, Calderon recebeu uma ajuda americana através da Iniciativa Merida, um plano adotado em 2007 por George W. Bush no valor de 1,9 bilhão de dólares. Paralelamente, uma grande liberdade foi concedida às agências de segurança e de inteligência americanas para agir diretamente no país.
"Diferentemente do governo precedente, onde várias agências colaboravam em matéria de segurança, agora temos um grande guarda-chuva, o do ministério do Interior, para melhor a coordenação" entre as autoridades dos dois países, ressaltou Alcocer.
As autoridades americanas estão curiosas, se não inquietas, com as mudanças na estratégia de segurança implementadas pelo novo governo mexicano, que ainda não revelou os detalhes. O presidente Obama indicou na terça-feira que "não irá julgar como isso modificará a relação" entre os dois países "até sermos informados sobre o que eles querem realizar exatamente".
O governo do México já declarou seu objetivo estratégico: frear a violência ligada ao crime organizado, que causou mais de 70.000 mortes nos últimos seis anos.
"O governo do presidente Peña quer, sobretudo, reduzir a violência por meio de um plano de prevenção", ressaltou Alcocer.
Mas, por enquanto, o México não questionou a movimentação em massa de dispositivos militares, decidido em 2006 por Calderon, e os números da violência não sofreram uma queda significativa durante os primeiros meses da nova presidência.
Os analistas interpretam a detenção e apresentação na terça-feira de Ines Coronel Barreras, padrasto de Joaquin "El Chapo" Guzman, o "chefão" mais procurado no México e nos Estados Unidos, como uma prova da vontade do México de prosseguir com a luta contra os grupos criminosos.
Enquanto o presidente Obama se prepara para defender uma reforma da imigração, vista com bons olhos pelo México que compartilha mais de 3.000 km de fronteira com o seu vizinho do norte, os dois presidentes também devem discutir medidas para "facilitar um fluxo de pessoas, de forma legal, organizada e eficaz" indicou Alcocer.