O presidente americano Barack Obama, e o ex-presidente George W. Bush: Bush deixou a Casa Branca em 2009 como um dos presidentes mais impopulares da história americana, com uma aprovação de apenas 34% segundo o Instituto Gallup. (REUTERS/Jason Reed)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2013 às 16h29.
Washington - O presidente Barack Obama homenageou George W. Bush nesta quinta-feira como um líder de "incrível força e determinação que enfrentou uma tempestade de terrorismo", na inauguração da biblioteca dedicada aos dois mandatos de seu antecessor.
Em uma rara reunião de todos os presidentes americanos vivos e com a divisão partidária deixada de lado, Bush foi exaltado como um homem de coragem e compaixão, em cerimônia realizada diante do prédio destinado a reforçar seu lugar na história americana.
"Ele está confortável em sua própria pele. Ele sabe quem é ... é um bom homem," declarou Obama sobre Bush, que tentou controlar a emoção em meio aos discursos do exclusivo grupo de presidentes.
Apesar de suas declarações anteriores, de que Bush manchou a imagem dos Estados Unidos no exterior com a guerra preventiva no Iraque e suas políticas de combate ao terrorismo e que causou a crise da economia americana, Obama agradeceu a Bush pelos conselhos dados quando ele assumiu o cargo.
"Ninguém está totalmente preparado para este cargo. Os Estados Unidos precisam de líderes que estejam preparados para enfrentar a tempestade que os espera .... Isto é o que o presidente George W. Bush escolheu fazer," afirmou Obama.
O prédio de 226 m2 localizado no campus da Southern Methodist University, em Dallas, inclui um arquivo com os documentos da administração Bush e um museu com itens de seus dois mandatos.
O museu é dominado pela memória dos ataques de 11 de setembro de 2001, que fez nascer a polêmica guerra ao terror promovida por Bush. No prédio está exposto um pedaço de aço retorcido do World Trade Center.
Num dos momentos mais emocionantes da cerimônia, o presidente George Bush pai, 88 anos, falou rapidamente em sua cadeira de rodas, à qual está confinado devido a problemas de saúde.
Os dois ex-presidentes democratas Bill Clinton e Jimmy Carter, por sua vez, elogiaram Bush por seu programa de combate à Aids na África, que ajudou a salvar milhões de vidas.
"Eu gosto do presidente Bush", afirmou Clinton.
Ex-líderes mundiais aliados de Bush também estavam presentes em Dallas para homenageá-lo.
A lista de convidados incluía os ex-primeiros-ministros britânico Tony Blair e sua esposa Cherie, o australiano John Howard, o italiano Silvio Berlusconi, o israelense Ehud Olmert, o espanhol José Maria Aznar, e o ex-presidente sul-coreano Lee Myung-Bak.
Em uma série de entrevistas anteriores à inauguração da biblioteca, Bush descartou fazer uma reavaliação de suas duas presidências.
Indagado pela ABC News se teria segundas intensões na invasão do Iraque em 2003, em uma ação que desencadeou uma nova onda de violência, afirmou: "Estou confortável com o processo de tomada de decisões".
"Acho que afastar Saddam Hussein foi a decisão certa não apenas para nossa segurança, mas para dar às pessoas uma chance de viver numa sociedade livre", acrescentou.
A invasão americana do Iraque resultou na execução de Saddam Hussein, mas jamais foram encontradas as supostas armas de destruição em massa que serviram de pretexto para a ação militar.
Bush deixou a Casa Branca em 2009 como um dos presidentes mais impopulares da história americana, com uma aprovação de apenas 34% segundo o Instituto Gallup.
Sua ausência da vida pública desde então serviu para melhorar um pouco sua imagem. Numa pesquisa CNN/ORC divulgada na quarta-feira, 42% dos entrevistados disseram que a presidência Bush foi bem-sucedida.