Mundo

Obama descarta ataque imediato a jihadistas na Síria

O presidente dos EUA sinalizou que não há planos de ataques imediatos contra os jihadistas do Estado Islâmico

O presidente americano Barack Obama: "ainda não temos uma estratégia" (Mandel Ngan/AFP)

O presidente americano Barack Obama: "ainda não temos uma estratégia" (Mandel Ngan/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2014 às 09h02.

Washington - Em entrevista coletiva concedida na Casa Branca, nesta quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, sinalizou que não há planos de ataques imediatos dos Estados Unidos contra jihadistas na Síria e admitiu que Washington ainda está desenvolvendo uma estratégia para lidar com o conflito nessa região.

"Não quero colocar o carro na frente dos bois. Ainda não temos uma estratégia", disse Obama à imprensa, explicando que os Estados Unidos "não têm de escolher" entre o presidente sírio, Bashar al-Assad, e os combatentes do Estado Islâmico (EI).

"Precisamos de um projeto claro", insistiu, prometendo consultar o Congresso sobre o tema.

"Isto exigirá a estabilização da Síria de alguma forma", estimou Obama, que mencionou a necessidade de se conversar com os "sunitas moderados que sejam capazes de governar".

Obama destacou que as ações militares conterão o avanço dos jihadistas apenas a curto prazo, e que uma erradicação permanente depende de ações políticas e diplomáticas em nível regional.

"Continuaremos apoiando a oposição moderada, porque devemos oferecer ao povo da Síria uma alternativa a Assad, ou ao EI", destacou Obama, avaliando que o líder sírio perdeu "toda legitimidade" no plano internacional.

"Não vejo nenhum cenário no qual Assad seja capaz de uma forma ou de outra de levar a paz a uma região que é predominantemente sunita. Até o momento, nunca demonstrou sua vontade de compartilhar o poder com eles, ou buscar um acordo", acrescentou o presidente.

O governo de Obama, que evoca há dias a possibilidade de ataques aéreos na Síria, está em uma posição difícil, já que Washington e Damasco seriam aliados nesse caso, para enfrentar um inimigo comum.

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Martin Dempsey, considerou que os jihadistas podem "ser derrotados", desde que também se concentre a atenção na Síria, e não apenas no Iraque.

Na entrevista coletiva, Obama anunciou ainda que enviará o secretário de Estado americano, John Kerry, ao Oriente Médio para conseguir o apoio dos países da região contra os jihadistas do EI.

"Fico satisfeito que países da região, países com os quais nem sempre estamos de acordo em muitas coisas, tenham reconhecido até agora a prioridade da ameaça que o EI apresenta para todos eles. E pedi ao secretário Kerry que viaje para a região para continuar construindo a coalizão de que necessitamos para enfrentar essa ameaça", completou Obama.

Acompanhe tudo sobre:Barack ObamaEstados Unidos (EUA)IslamismoPaíses ricosPersonalidadesPolíticosSunitas

Mais de Mundo

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA

À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro

Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história

RFK Jr promete reformular FDA e sinaliza confronto com a indústria farmacêutica