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Obama defenderá intervenção na Síria no G20

Presidente americano defenderá na cúpula do G20, que começará na quinta-feira, ação militar "limitada" na Síria e buscará o apoio de outros líderes

Barack Obama: a relação de Obama com o presidente russo, Vladimir Putin, está em um de seus piores momentos (Mike Theiler/Reuters)

Barack Obama: a relação de Obama com o presidente russo, Vladimir Putin, está em um de seus piores momentos (Mike Theiler/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 11h10.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defenderá na cúpula do G20 - que começará na quinta-feira em São Petersburgo - sua decisão de realizar uma ação militar "limitada" na Síria e buscará o apoio de outros líderes em um momento de crise na relação com a Rússia, o país anfitrião.

A relação de Obama com o presidente russo, Vladimir Putin, está em um de seus piores momentos devido ao asilo temporário concedido por Moscou a Edward Snowden, que denunciou os programas de espionagem massivos do governo norte-americano, mas a sua decisão de atacar a Síria tende a provocar uma maior deterioração.

No sábado, antes de Obama anunciar sua decisão de intervir militarmente na Síria - embora ainda precise da autorização do Congresso - Putin lhe pediu que, como prêmio Nobel da Paz, pensasse nas "futuras vítimas" antes de agir.

"É preciso fazer algo, é óbvio", mas precipitar-se e atacar o país "poderá ter consequências absolutamente opostas às que são esperadas", alertou Putin.

A viagem do líder americano, que inclui uma passagem pela Suécia na quarta e na quinta-feira, "não é uma visita à Rússia, e sim uma viagem para o encontro do G20, do qual o país é anfitrião", afirmaram altos funcionários da Casa Branca ao descartar que seja realizado um encontro bilateral entre Obama e Putin.

No início de agosto, a Casa Branca anunciou o cancelamento de uma reunião entre Obama e Putin prevista para acontecer em Moscou, antes do G20, em resposta ao asilo russo a Snowden e à "falta de avanços" nos mais importantes temas para a relação entre ambos países.


"Após uma cuidadosa revisão (...) chegamos à conclusão que não há progresso recente suficiente em nossa agenda bilateral para realizar a cúpula Estados Unidos-Rússia no início de setembro", argumentou a Casa Branca.

Obama expressou sua decepção pelo asilo dado por Moscou a Snowden, acusado de espionagem nos Estados Unidos, e acusou os russos de "caírem no pensamento e na mentalidade da Guerra Fria", algo que, para ele, é "passado".

Apesar de tudo, Obama acredita que os Estados Unidos podem "continuar trabalhando produtivamente com a Rússia em uma série de questões" e "cooperar pragmaticamente", destacaram funcionários governamentais em uma conferência telefônica com jornalistas ao mencionar assuntos como as conversas com o Irã e com a Coreia do Norte.

"A cooperação com a Rússia não está parada", enfatizou um dos funcionários, que disse que não deve existir a percepção "que a relação está em um ponto morto" porque há "conversas em curso" em níveis ministeriais e outros inferiores.

Será a sétima cúpula do G20 da qual participa Obama e "a primeira desde novembro de 2010, que não será dominada pelas medidas urgentes para resolver a crise", destacou uma alta funcionária americana.

A funcionária disse que a cúpula servirá para ver "um enfoque unido em torno da importância do crescimento e da criação de emprego como a prioridade absoluta para todos os líderes no que diz respeito à economia global".

Os temas que abordarão os líderes dos países mais desenvolvidos do mundo e das potências emergentes em várias sessões de trabalho na quinta e na sexta-feira incluirão o crescimento econômico e medidas para combater a evasão de impostos, assim como a corrupção e a mudança climática.

"Embora o crescimento global esteja melhorando, continua deficitário. Os membros do G20 precisam robustecer a demanda doméstica e criar empregos e essa será nossa principal prioridade em São Petersburgo", concluíram os funcionários americanos.

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