Obama: o ex-presidente opinou que o acordo de Paris não resolverá por si só a crise climática (Santiago Flaim/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de outubro de 2017 às 21h48.
O ex-presidente americano Barack Obama fez, nesta sexta-feira, um apelo em favor da adoção das energias limpas e de superar as mudanças climáticas, em uma conferência sobre meio ambiente na Argentina.
Obama disse a uma audiência de ministros do governo, líderes empresariais e ativistas ambientais que eles faziam parte de uma geração com os meios científicos e a imaginação necessários para começar a reparar o planeta.
"Isto já não é especulação, já não é uma questão que podemos adiar, isto está firmemente no presente", afirmou.
"Se aproveitarmos este momento crítico, teremos a oportunidade de desacelerar e inclusive frear uma tendência que poderia ser desastrosa", disse Obama, que assinou o acordo climático de Paris que o presidente Donald Trump decidiu abandonar.
Obama disse que apesar da retirada dos Estados Unidos do acordo de Paris, "a boa notícia" é que o país alcançará seus objetivos.
"Porque muito do que fizemos está agora incrustado em nossa economia e em nossa cultura. Porque nossos estados e cidades, nossas universidades e nossas maiores empresas deixaram claro que continuarão avançando pelo bem das gerações futuras", argumentou.
O ex-presidente opinou, porém, que o acordo de Paris não resolverá por si só a crise climática, e que à medida que a tecnologia evolui, será necessário estabelecer objetivos mais audazes.
Na Cúpula Economia Verde, que acontece durante dois dias na cidade argentina de Córdoba, vários especialistas, incluindo o prêmio Nobel de Economia Edmund Phelps, insistiram em que a luta global pelas energias limpas reside nas empresas e nas pessoas comuns, já que os governos estão atrasados.
Obama disse que os líderes empresariais tinham que lembrar que não havia nenhuma contradição entre um ambiente limpo e um forte crescimento econômico.
Mas Phelps também advertiu que as mudanças climáticas geram uma "histeria maciça" e levam a uma hiper-regulamentação que poderia se transformar em um "destruidor da inovação".