O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em jantar com jornalistas (REUTERS/Yuri Gripas)
Da Redação
Publicado em 1 de maio de 2016 às 12h58.
O presidente Barack Obama ofereceu na noite deste sábado, pela oitava e última vez, o jantar de gala anual aos jornalistas que cobrem o dia a dia na Casa Branca.
Na ocasião, Obama fez piada consigo mesmo e com seus adversários, em um evento em que, todos os anos, o presidente dos Estados Unidos tem a oportunidade de fazer um stand-up para correspondentes e outras celebridades.
"É uma honra estar em meu último jantar com os correspondestes. Vocês têm um aspecto radiante; a República em seu final nunca teve um ar tão radiante", afirmou no início de seu discurso.
"No ano que vem, teremos um novo presidente, apesar de não sabermos quem vai ser 'ela'", acrescentou, aludindo ironicamente a Hillary Clinton, e saudando, além disso, Bernie Sanders, o único candidato presidencial presente no jantar, como "o rosto mais jovem do Partido Democrata".
"Lamento, Bernie, de que tenha se distanciado de mim. Isso já não faz de você um camarada", afirmou ao pré-candidato, geralmente rotulado como comunista.
Mas o presidente não deixou de lado Hillary e as polêmicas em torno de sua idade: "É preciso admitir: Hillary, tentando seduzir os jovens, é como uma tia velha que abre uma conta no Facebook".
- O que Donald estará fazendo? -
Mas o tema favorito de Obama foi o multimilionário Donald Trump, que este ano não compareceu ao jantar ao qual é assíduo participante.
"Estou um pouco mogoado com sua ausência", afirmou Obama. "Nós nos divertimos muito da última vez...(...) O que será que ele está fazendo? Estará em casa comendo um filé? Tuitando insultos à Angela Merkel?, questionou.
"O 'establishment' republicano ainda não acredita que [Trump] seja o indicado. Dizem que falta a ele experiência com política externa, mas ele andou se reunindo com líderes estrangeiros... Miss Suécia... Miss Argentina... Miss Azerbaijão", afirmou o presidente em referência ao concurso Miss Universo organizado por Trump. Obama arrancou gargalhadas do público.
O presidente também lançou seus dardos contra a imprensa por dar tanta cobertura a Trump, "uma cobertura afinada com a seriedade de sua candidatura".
"Vocês deveriam estar orgulhosos de si mesmos", ironizou.
Também não esqueceu de mexer com os republicanos em função da candidatura de Trump, e mandou uma mensagem para o dirigente do partido, Reince Priebus.
"Continuem assim. Felicidades por todo o sucesso. Tudo está indo bem. Continuem assim".
O presidente democrata também brincou sobre como envelheceu durante seu mandato de oito anos sobre o aumento de sua popularidade nas pesquisas dos últimos meses.
"A última vez que estive tão 'alto', estava decidindo meu curso na universidade", afirmou, fazendo um trocadilho entre a palavra high (alto e também chapado, em inglês), em referência a seus anos de estudante, quando fumou maconha.
Na ocasião, no entanto, assumiu um momento de seriedade para prestar homenagem ao trabalho do ex-correspondente do Washington Post no Irã, Jason Rezaian, libertado em janeiro depois de passar 18 meses em uma prisão do país.
Obama terminou seu discurso dizendo "Obama out" (fora), deixando cair, ao mesmo tempo, o microfone no chão, um gesto popularizado pelas estrelas da música e que significa que o espetáculo foi tão bom que não há mais nada a dizer.
Entre os convidados presentes, estavam atores como Will Smith, sua esposa Jada Pinkett Smith, Kerry Washington, conhecida pela série de tv "Scandal," Helen Mirren, Bryan Cranston e a cantora Aretha Franklin.