Mundo

Obama condena ataque químico, mas dá chance à diplomacia

Presidente dos EUA denunciou o "repulsivo" ataque de armas químicas por parte das forças sírias, mas admitiu aguardar o resultado dos esforços diplomáticos

O presidente americano Barack Obama: "o que ocorreu com esta gente não foi apenas uma violação da lei internacional, mas também uma ameaça à nossa segurança", disse (Evan Vucci/AFP)

O presidente americano Barack Obama: "o que ocorreu com esta gente não foi apenas uma violação da lei internacional, mas também uma ameaça à nossa segurança", disse (Evan Vucci/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 08h54.

Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, denunciou em discurso nesta terça-feira o que chamou de "repulsivo" ataque de armas químicas por parte das forças sírias, na periferia de Damasco, mas admitiu aguardar o resultado dos esforços diplomáticos antes de uma ação militar.

"O que ocorreu com esta gente, com essas crianças, não foi apenas uma violação da lei internacional, mas também uma ameaça à nossa segurança (...) porque se não agirmos, o regime de (presidente sírio, Bashar al) Assad não verá razões para deixar de utilizar armas químicas".

"Quando ditadores cometem atrocidades, eles dependem do mundo para olhar na outra direção até que essas horripilantes imagens desapareçam da memória", declarou o presidente, em defesa de uma ação militar.

"Sabemos que o regime de Assad é responsável" por esse ataque "repulsivo", disse Obama em discurso à nação, acrescentando que "a questão agora é saber o que os Estados Unidos e a comunidade internacional estão dispostos a fazer sobre isso".

O presidente declarou também que é cedo para saber se o plano russo para neutralizar as armas sírias dará certo, mas disse considerá-lo uma alternativa à ação militar.

"Ainda é muito cedo para dizer se o plano da Rússia para a Síria será bem-sucedido", frisou.

"Qualquer acordo deve verificar se o regime de Assad mantém seus compromissos, mas essa iniciativa tem o potencial para remover a ameaça de armas químicas sem o uso da força, particularmente, porque a Rússia é um dos mais fortes aliados de Assad", destacou Obama, no discurso transmitido ao vivo pela televisão e on-line.


Obama também pediu ao Congresso que adie sua votação sobre uma eventual ação militar, enquanto a via diplomática for possível.

"Eu pedi aos líderes do Congresso que adiem a votação para autorizar o uso da força, enquanto perseguimos esse caminho diplomático", afirmou o presidente, destacando que o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, irá à Genebra para encontrar seu homólogo russo na quinta-feira.

"Falei com os líderes de dois dos nossos mais próximos aliados - França e Reino Unido - e trabalharemos juntos em consultas com Rússia e China para levar adiante uma resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo a Assad que entregue suas armas químicas, para que sejam destruídas sob controle internacional".

"Também daremos aos inspetores da ONU a oportunidade de reportar suas impressões sobre o que ocorreu em 21 de agosto (data do ataque que matou centenas de civis) e seguiremos buscando o apoio dos nossos aliados (...) que concordam com a necessidade de uma ação".

O presidente dos Estados Unidos informou ainda ter ordenado as Forças Armadas que estejam prontas para atacar a Síria, "caso a diplomacia fracasse".

"Ordenei a nossos militares que permaneçam com o status atual, para manter a pressão sobre (o presidente sírio, Bashar al) Assad e ficar em posição para agir, se a diplomacia fracassar".

O presidente garantiu também que mesmo um ataque "limitado" das Forças Armadas americanas enviaria uma "mensagem" à Síria que faria esse governo pensar "duas vezes" antes de usar armas químicas.

"Mesmo um ataque limitado será uma mensagem a (Bashar al) Assad que nenhuma outra nação poderá enviar. Um ataque direcionado pode fazer que Assad ou qualquer outro ditador pense duas vezes antes de utilizar armamento químico".

Acompanhe tudo sobre:ArmasÁsiaBarack ObamaBashar al-AssadEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosPersonalidadesPolíticosRússiaSíria

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA