Obama resiste a fornecer armas a Kiev por considerar que essa medida pode desencadear uma resposta mais agressiva da Rússia no conflito do leste ucraniano (Larry Downing/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2015 às 14h41.
Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, autorizou nesta quarta-feira o envio de mais ajuda não letal ao governo da Ucrânia, incluindo 30 veículos blindados, outros 200 não blindados, pequenos drones e equipamentos de comunicações, segundo confirmou um alto funcionário.
O vice-presidente, Joseph Biden, informou o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, sobre a ajuda adicional aprovada durante uma conversa por telefone, de acordo com a Casa Branca.
Apesar das pressões de legisladores, tanto democratas como republicanos, Obama resiste a fornecer armas a Kiev por considerar que essa medida pode desencadear uma resposta mais agressiva da Rússia no conflito do leste ucraniano.
Tanto o chefe do Estado-Maior Conjunto, o general Martin Dempsey, como o secretário de Defesa, Ashton Carter, também recomendaram a Obama a entrega de ajuda letal às forças ucranianas que lutam contra os separatistas pró-Rússia.
Embora os Estados Unidos continuem a acreditar que o conflito não tenha que ser resolvido por via militar, a "Ucrânia tem o direito de se defender", disse sob anonimato um alto funcionário em comunicado.
O funcionário explicou que Obama autorizou destinar US$ 75 milhões do Departamento de Defesa ao fornececimento de equipamentos adicionais não letais à Ucrânia, entre eles rádios, pequenos drones, radares antiartilharia e dispositivos de visão noturna.
Em paralelo, o presidente americano aprovou a transferência de 30 veículos blindados e outros 200 não blindados para melhorar a "mobilidade" das Forças Armadas da Ucrânia.
Por outro lado, o Departamento do Tesouro também anunciou nesta quarta-feira novas sanções contra várias entidades e 14 cidadãos russos e ucranianos, entre eles o ex-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykola Azarov, por seu papel no conflito.
As sanções significam o congelamento dos bens dos afetados e impede que qualquer entidade financeira dos EUA faça negócios com os indivíduos ou instituições punidos.
Durante a conversa de hoje, Biden mostrou a Poroshenko sua preocupação em relação às "violações em andamento" por parte dos separatistas do cessar-fogo estipulado em fevereiro nas regiões de Donetsk e Lugansk, segundo a Casa Branca.
Apesar de determinados progressos em pontos como a retirada do armamento pesado, as autoridades de Kiev e os separatistas pró-Rússia continuam se acusando de atacar as posições inimigas, apesar do acordo de cessar-fogo.
De Kiev, Poroshenko afirmou nesta quarta-feira que a proposta ucraniana para reduzir a tensão e garantir uma paz sólida nas regiões de Donetsk e Lugansk é a mobilização de forças de paz.