Barack Obama: a decisão de Obama volta a redefinir o papel de apoio dos EUA no conflito acirrado do Afeganistão (Reuters/Kevin Lamarque)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2016 às 11h41.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, concordou em conceder aos militares do seu país uma capacidade maior para acompanhar e treinar as forças afegãs que combatem a resistente insurgência do Taliban, uma medida para auxiliá-las de forma mais proativa no campo de batalha, disse uma autoridade dos EUA à Reuters.
O funcionário de alto escalão da Defesa, que falou sob condição de anonimato, afirmou que a decisão também permitirá um uso maior do poderio aéreo norte-americano, particularmente um apoio aéreo mais constante.
Mas ele alertou: "Isso não é uma ordem abrangente para visar o Taliban".
A decisão de Obama volta a redefinir o papel de apoio dos EUA no conflito acirrado do Afeganistão mais de um ano depois de forças internacionais terem encerrado sua missão de combate e deixado esse fardo para as tropas afegãs.
A medida também vem à tona antes da decisão amplamente aguardada do mandatário a respeito da continuidade, ou não, da redução já programada de tropas norte-americanas no país – das cerca de 9.800 atuais para 5.500 até o início de 2017.
Na semana passada, um grupo de generais aposentados e diplomatas veteranos exortaram Obama a descartar estes planos, alertando que eles podem minar a luta contra o Taliban afegão, cujo líder foi morto por um ataque de drone (aeronave não-tripulada) dos EUA no Paquistão no mês passado.
Conforme a nova política, o comandante norte-americano no Afeganistão, general John Nicholson, poderá decidir quando é apropriado para soldados dos EUA acompanharem forças afegãs convencionais em batalha – algo que até agora só vinham fazendo com forças especiais afegãs, disse o funcionário.
Os poderes ampliados só deverão ser empregados "naquelas instâncias selecionadas nas quais seu envolvimento pode proporcionar efeitos estratégicos no campo de batalha", afirmou.
Isso significa que não se deve esperar que as forças dos EUA acompanhem soldados afegãos em missões cotidianas.
"Esta flexibilidade adicional... tem o apoio total do governo afegão e irá ajudar os afegãos em um momento importante para o país", disse a autoridade.