Barack Obama: Obama solicitou tanto a seus principais aliados da região, Coreia do Sul e Japão, como à China, que aumentem pressão sobre o regime comunista (Lim Heon-jung/Yonhap/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2014 às 10h12.
Seul - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, propôs nesta sexta-feira em Seul aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte para que o país renuncie às armas nucleares e endureça as sanções em caso de "provocações" como o possível novo teste nuclear do regime de Kim Jong-un.
Obama, em visita na capital sul-coreana como parte de uma viagem pela Ásia Oriental, solicitou tanto a seus principais aliados da região, Coreia do Sul e Japão, como à China, que aumentem a pressão sobre o regime comunista para que não realizar seu quarto teste nuclear.
A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, afirmou em entrevista coletiva conjunta que a "Coreia do Norte está plenamente preparada para realizar um novo teste nuclear", e acrescentou que não se sabe quando acontecerá.
O presidente americano, por sua vez, apontou que a "Coreia do Norte não é só uma ameaça para nossos aliados na região: também é uma ameaça para os EUA", e reafirmou sua postura de punir o Estado comunista com "mais sanções" no caso de novas "provocações" como testes nucleares ou de mísseis.
Quanto à China, tradicional aliado e principal apoiador econômico da Coreia do Norte, Obama disse que "também reconhece que a Coreia do Norte é um problema para a segurança" da região, por isso pediu enfaticamente a Pequim a pressionar a Pyongyang rumo a sua desnuclearização.
O líder da Casa Branca também manifestou sua "preocupação" pelo último relatório da ONU que pinta um devastador panorama de torturas, opressão e restrição de liberdades dos norte-coreanos por parte do regime de Kim Jong-un, que classificou como "o maior violador dos direitos humanos do mundo".
Barack Obama encontrou hoje a Coreia do Sul em clima de luto pelos 302 mortos e desaparecidos, na maioria adolescentes de 16 e 17 anos em uma viagem escolar, que deixou o naufrágio da embarcação sul-coreana Sewol em 16 de abril.
"Sou pai de duas filhas da mesma idade que os desaparecidos. Posso imaginar a dor pela qual os pais estão passando", afirmou o presidente americano, cujas primeiras palavras na entrevista coletiva foram de condolências às vítimas e parentes.
Para prestar homenagem às vítimas, o presidente presenteou os estudantes do instituto onde estudava a maioria dos desaparecidos na cidade de Ansan com uma magnólia usada na Casa Branca que, segundo descreveu, simboliza a renovação e lembra "a beleza das vidas que foram perdidas".
Hoje foram resgatados mais corpos da balsa que afundou em águas a sudoeste do país, que situam o número provisório de mortos confirmados em 183 e a de desaparecidos em 119 sem que existam já possibilidades de encontrar algum deles com vida.
Por outro lado, perguntado pelos jornalistas sobre a tensão na Ucrânia, Obama assegurou que "está preparado" para aplicar sanções adicionais contra a Rússia se "não mudar sua atitude" e a situação "continuar se deteriorando nos próximos dias e semanas".
O presidente dos Estados Unidos disse ter conversado por telefone com vários líderes europeus para "coordenar" e "otimizar" as novas medidas de pressão a Moscou.
Barack Obama também comentou sobre o líder russo, Vladimir Putin, que "tem tendência a ver o mundo do prisma da Guerra Fria", mas acrescentou que "não é um homem estúpido".
O líder americano, que chegou a Seul depois de visitar Tóquio, se reunirá amanhã com empresários sul-coreanos e visitará as tropas americanas no país antes de partir para Kuala Lumpur (Malásia) para continuar uma viagem que finalizará em Manila (Filipinas) na próxima terça-feira.